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Crescimento brasileiro fica longe do asiático
Puxadas pela China, economias asiáticas, como Coreia do Sul, lideram retomada global, com forte crescimento no 3º tri
Efeitos da retomada chinesa
e volta do avanço dos EUA
explicam por que 80% do PIB global cresceu no 3º tri, ante 50% nos três meses anteriores
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
O crescimento do PIB brasileiro no terceiro trimestre foi o
oitavo maior entre as grandes
economias do planeta, superior
ao registrado pelas nações ricas, mas distante do avanço dos
países asiáticos, que, puxados
pela China, vêm liderando a recuperação global.
Em alguns casos, o crescimento acelerado se deve aos
fortes tombos que esses países
sofreram no final do ano passado e nos primeiros meses de
2009, mas não é o caso tanto de
Coreia do Sul e Indonésia (economias, que ao contrário do
Brasil, evitaram a recessão).
Boa parte da explicação para
os bons resultados asiáticos se
deve à recuperação da economia chinesa, a terceira maior
do mundo e que está com um
ritmo de avanço próximo ao de
antes da crise. Com isso, voltou
a comprar dos vizinhos, reaquecendo as suas indústrias e
alimentando os PIB locais. Taiwan e Malásia são outros exemplos de países com forte crescimento no segundo e no terceiro
trimestres -mas vinham de
quedas expressivas, casos também do México e da Turquia, líder no avanço entre as principais economias globais.
Mesmo a Austrália, tradicional exportadora de commodities (como minerais e alimentos), vem sendo beneficiada pelo avanço chinês e já voltou a
subir os juros, reduzindo o estímulo para a economia. Até o
momento, a decisão australiana de elevar a taxa foi seguida
por poucos países, como Noruega e Israel.
Os efeitos da retomada chinesa e o fato de grandes economias como EUA e Itália terem
voltado a crescer explicam por
que mais de 80% do PIB global
se expandiu no terceiro trimestre em relação aos três meses
anteriores, quando essa taxa foi
de aproximadamente 50%.
Embora o presidente Lula e
outros membros do governo insistam em dizer que o Brasil foi
o primeiro a sair da crise, Coreia do Sul e Indonésia não apenas não entraram em recessão
como também tiveram resultados melhores que o brasileiro
nos três primeiros trimestres.
A Austrália (que divulga na
semana que vem o PIB de julho
a setembro) e a Polônia também são países que não entraram em ciclo recessivo. Casos
também de China e Índia, não
consideradas no levantamento
porque não divulgam a comparação do PIB com os três meses
imediatamente anteriores.
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