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"Pibinho é o da Europa, o nosso é Pibão", diz Mantega
Ministro atribui PIB abaixo do previsto à revisão de dados anteriores feita pelo IBGE
Expansão da União Europeia ficou em 0,4% no período,
ante 1,3% no Brasil; em
eventos no Nordeste, Lula
não comenta o resultado
EDUARDO RODRIGUES
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de a expansão da atividade no terceiro trimestre de
1,3% ter ficado abaixo das projeções da equipe econômica,
que esperava 2%, o ministro
Guido Mantega (Fazenda) disse que o resultado do PIB foi
grande se comparado aos de
outros países europeus.
"Pibinho é o da União Europeia, o nosso é Pibão. O resultado da Europa foi positivo em
apenas 0,4%, esse é que é o Pibinho." O ministro ressaltou
que houve resultados negativos
na Espanha e no Reino Unido.
Em eventos no Maranhão
ontem, o presidente Lula não
comentou o resultado do PIB. A
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil), pré-candidata do PT ao
Planalto, também não se referiu aos dados do IBGE, mas
afirmou que o país crescerá de
5% a 6% em 2010. "É uma fase
sustentável de crescimento."
Mantega, no entanto, admitiu que foi surpreendido pelos
números. Anteontem, ele havia
dito que o crescimento no trimestre ficaria em torno de 2%,
que, anualizado, resultaria em
um ritmo de 8%. Antes de comentar o dado oficial, o ministro argumentou que o instituto
alterou a metodologia de avaliação do peso de setores na
economia, revisando também
resultados anteriores.
"Está tudo diferente, então
ficou longe dos 8% que eu falei
e que todos falaram. A mediana
das previsões do mercado era
1,95% no trimestre, mas ninguém imaginava que ia haver
mudanças na base da série."
Com as alterações nos parâmetros do IBGE, o impacto da crise na economia brasileira também ficou menor. "Em resumo,
o IBGE está nos dizendo que a
recessão foi menos forte, a queda do nível de atividade foi menos forte na crise e a recuperação também foi menos forte."
Ele também ressaltou que as
despesas de consumo da administração pública cresceram
0,5% entre julho e setembro,
menos que o PIB. "Então não
procedem aquelas análises que
dizem que o governo está gastando muito. Não está."
Segundo o ministro, dados da
arrecadação federal em novembro indicam que a atividade
produtiva do país estaria crescendo entre 4,5% e 5% no último trimestre do ano.
Mas, apesar das apostas de
investidores em um crescimento do PIB ainda mais vigoroso
em 2010, Mantega disse confiar
em uma taxa mais modesta, de
5%. "Acredito que vá haver revisão nas previsões para o próximo ano. Todos os que estavam falando em 6,5% e 7% vão
ter que revisar", acrescentou.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou, por meio de nota, que os
números do IBGE confirmam a
retomada do crescimento.
Destacou também que o
crescimento de 1,3% na comparação com o segundo trimestre
é superior ao 1,1% verificado
entre o segundo e o terceiro trimestres de 2008. "Esse fato
evidencia a retomada do dinamismo da economia brasileira
e a superação dos efeitos mais
agudos da crise internacional."
Disse ainda que o avanço de
6,5% no investimento "indica a
solidez da retomada e a confiança dos agentes econômicos na
manutenção do crescimento".
Colaborou MALU DELGADO, enviada especial a São Luís
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