São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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MERCADO ABERTO

TVs e DVDs salvam eletroeletrônicos

A venda de TVs e DVDs salvou o faturamento do setor eletroeletrônico de consumo no ano passado. A receita total obtida pelas empresas do setor em 2005 foi de R$ 27,2 bilhões, o que representa um crescimento de 11,04% em relação ao ano anterior, segundo números que acabam de ser fechados pela Eletros (associação do setor).
O aumento da receita do setor eletrônico ficou muito concentrado principalmente na linha de imagem e som (TVs e DVDs), que obteve um faturamento de R$ 13,4 bilhões, o que significa um crescimento de 23,3% em relação ao ano anterior. Ou seja, a linha de imagem e som respondeu por praticamente a metade do faturamento total.
Já as outras áreas não tiveram o mesmo desempenho. A linha branca (refrigerador, lava-louça etc.) registrou um faturamento de R$ 12,3 bilhões, que representa um tímido crescimento de 1,41%. A linha de portáteis (batedeira e liquidificador, entre outros) praticamente não cresceu. Sua receita foi de R$ 1,4 bilhão, alta de apenas 0,09%.
Segundo Paulo Saab, presidente da Eletros, o fraco desempenho da linha branca se deveu basicamente ao aumento dos preços. Os produtos da linha branca são muito influenciados pelos preços das commodities, como aço e plástico, que tiveram uma alta considerável no ano passado.
Já o setor de portáteis, de acordo com Saab, sofreu pelo fato de já ter crescido muito no ano anterior. Em 2005, o que houve, de acordo com ele, foi um esgotamento do consumidor em adquirir esses produtos.
Para Saab, as perspectivas são positivas para 2006. Em primeiro lugar, a estabilização da economia e a queda dos juros devem elevar as vendas. Além disso, a Eletros acabou de constituir um grupo de trabalho com o Ministério do Desenvolvimento para discutir uma proposta de política industrial ao setor. O objetivo é preservar os fabricantes locais.

DEDOS CRUZADOS
Wagner Ardeo, vice-diretor de economia da FGV do Rio, está preocupado com o aumento da inflação neste início do ano, acima das expectativas e, principalmente, numa hora em que todos os santos pareciam a favor da queda dos juros. O nível de atividade estava em desaceleração e o país praticamente zerou a dívida em dólar. "Infelizmente nunca conseguimos ter tudo favorável para a queda dos juros, mas, um dia, essa transição irá acontecer", diz. O problema é que demora.

BOLA DE CRISTAL
Pesquisa com 51 bancos a ser divulgada hoje pela Febraban mostra que o setor aposta num crescimento do PIB de 3,5% em 2006, puxado principalmente pela indústria (4%) e agricultura (3,6%). O setor de serviços cresce 2,93%. O dólar fecha em dezembro a R$ 2,42, e a inflação (IPCA), em 4,56%. As exportações somam US$ 125 bilhões, e o superávit, US$ 39 bilhões. O crédito aumentará 17,4%, com destaque para os empréstimos a pessoas físicas, com alta de 24,8%

A VEZ DOS MOTOBOYS
De olho em um mercado que movimenta até R$ 1 bilhão só em São Paulo, a Compacta decidiu organizar uma feira exclusiva para a indústria do motoboy, dos dias 27 a 29, na capital paulista. "Esse mercado, que envolve salários, compra de equipamentos e acessórios, combustível, manutenção e serviços, entre outros, será cada vez maior. Só neste ano deve crescer 10%", diz Luís Augusto de Alcântara Machado, diretor da Compacta, que realizou pesquisas de mercado antes de decidir pelo evento. A previsão é que até 150 mil pessoas visitem a feira, das quais cerca de 70% motoboys. Para atrair visitantes, além de palestras, haverá gincanas, shows e até um concurso para eleger a "Musa Motoboy", em parceria com a agência de modelos Mega. Além de fabricantes de motos e equipamentos, empresas de vestuário e cosméticos estarão presentes, entre outras.


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