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Exportação reduz oferta no país
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto a demanda interna
por álcool cresce a um ritmo mais
forte do que a ampliação da produção, o governo estimula a exportação do produto, ao retirar
mais álcool do mercado interno, o
que tem contribuído para a elevação do preço do combustível.
Nos últimos cinco anos, o volume exportado cresceu 913%
-eram 227 milhões de litros em
2000 e, no ano passado, até novembro, o total chegou a 2,3 bilhões de litros. O salto nas exportações aconteceu de 2003 para
2004, quando o volume aumentou de 762 milhões de litros para
2,4 bilhões.
No mercado interno, o aumento do consumo de álcool hidratado (usado nos automóveis) também é expressivo. De acordo com
o Sindicom (Sindicato Nacional
das Empresas Distribuidoras de
Combustível e Lubrificantes), em
novembro do ano passado foram
vendidos 233,6 milhões de litros
de álcool, o que representou crescimento de 39% em relação ao
mesmo mês do ano anterior. As
vendas de gasolina ficaram em
1,35 bilhão de litros, em queda de
0,8% sobre novembro de 2004.
Para representantes do setor, é
preciso haver mais planejamento
por parte do governo. "O mercado é livre, mas esse é um setor estratégico", afirmou Fernando
Perri, diretor da Udop (Usinas e
Destilarias do Oeste Paulista). "O
preço hoje está estimulando investimentos no setor, mas há um
espaço de tempo entre os investimentos e a ampliação da produção", disse.
O governo tem estimulado a exportação do produto, oferecendo
até a logística da Petrobras para
facilitar o escoamento do álcool
brasileiro para o mercado externo. A estratégia é aproveitar a necessidade ambiental de redução
da emissão de gás carbônico e
vender o produto brasileiro como
combustível a ser misturado à gasolina ou usado nos automóveis.
Em dezembro, a Petrobras e a
estatal japonesa Nippon Alcohol
Hanbai assinaram convênio para
criação de uma joint venture para
explorar o mercado japonês de álcool. A empresa, chamada Brazil-Japan Ethanol, deve começar a
operar em 2008 e atingir uma exportação de 1,8 bilhão de litros de
álcool por ano, o que corresponde
a pouco mais de 10% da atual produção brasileira do produto, de
aproximadamente 16 bilhões de
litros.
A Petrobras avalia que o mercado japonês poderá absorver 6 bilhões de litros de álcool por ano se
o governo daquele país ampliar a
permissão da mistura de álcool na
gasolina de 3% para 10%.
Na semana passada, a estatal
brasileira, que exporta 10% do total de álcool vendido para o mercado externo, informou que a meta é quintuplicar suas exportações
de álcool neste ano.
A própria Petrobras, no entanto, admite que seria necessário
aumentar a área plantada no Brasil para garantir a oferta. Pelos cálculos da estatal, seria necessário
aumentar a área plantada e o número de usinas em 40%.
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