São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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Juro menor e prazo mais longo elevam vendas com financiamento

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria automobilística bate recordes no volume financiado ao mercado na esteira de um movimento de queda nas taxas de juros e ampliação no prazo para pagamento. Os juros praticados no final de 2005 foram os menores desde março de 2001. Os recursos liberados pelos bancos e financeiras para compra de carros financiados sobem de maneira contínua há 31 meses -atingiram o seu maior volume em novembro.
Foi em novembro de 2004 que as primeiras compras com parcelamento em cinco anos -até então o prazo máximo era de quatro anos- apareceram no setor. Como o consumidor tem como principal preocupação fazer a parcela caber no bolso, os prazos a perder de vista e as taxas menores "turbinam" a demanda.
Na hora de fazer a conta, porém, essas facilidades têm um custo visível: ao fazer uma operação em 60 meses, sem uma entrada no ato da compra, o consumidor compra um carro, mas paga dois ao final do plano. Mesmo com a entrada, há perda. Um modelo Palio Fire 1.0 bicombustível é vendido hoje por uma média de R$ 23.990. Se o comprador adianta à loja um volume igual a 20% do valor, faz um plano em 60 meses (juros mensais de 2,14%), cada parcela sairá por R$ 591,28. Ao final do plano, o carro terá custado R$ 35.476. Ou seja, um valor 47,8% superior ao preço à vista.
Na compra do Gol Power 1.6 bicombustível, pagam-se à vista hoje R$ 35.774. Com uma taxa de juros de 2,5% ao mês, em 60 meses, cada parcela sairá por R$ 1.165. Ao final do contrato, o valor do carro terá sido de R$ 69.919.
Levantamento mensal do Banco Central mostra que, em novembro de 2005, a taxa de juros anual atingiu 34,89% nas revendas. É a menor desde março de 2001 (33,64%). O volume de crédito liberado naquele mês para compra de carros bateu em R$ 49 milhões. Ele sobe de forma ininterrupta desde abril de 2003.


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