São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Alta acumulada do Ibovespa no ano já atinge 7,46%; dólar sobe 0,97%, e risco-país cai quase 2%

Estrangeiros fazem Bolsa subir 2,58%

DA REPORTAGEM LOCAL

A entrada de recursos externos levou a Bovespa a um resultado excepcional neste começo de ano. A valorização do Ibovespa já chega a 7,46% em 2006 -quase o que deve render a poupança no ano todo.
O Ibovespa (principal índice da Bolsa, que reúne as 57 ações mais negociadas) subiu 2,58% ontem, indo aos inéditos 35.952 pontos.
O risco-país também bateu em patamar recorde ontem. Movido pela forte demanda por títulos da dívida externa brasileira, o risco marcava no fim das operações de ontem 277 pontos -baixa de 1,8% em relação à terça.
O risco-país é calculado a partir da oscilação dos preços de uma cesta de títulos da dívida externa. Quando a procura por esses papéis aumenta, o risco recua.
Neste mês, até o dia 9, as compras de ações feitas por estrangeiros na Bovespa superaram as vendas em R$ 820,4 milhões. Em todo janeiro de 2005, esse saldo foi positivo em R$ 575,4 milhões.
Para Charles Philipp, diretor da corretora SLW, a entrada de recursos externos na Bolsa está bastante forte e isso tem sido fundamental para o atual momento que vive o mercado acionário doméstico. "O apetite estrangeiro está bastante receptivo a ativos brasileiros. Claro que vai haver realizações de lucros no meio do caminho, mas a tendência é de Bolsa para cima", diz Philipp, que afirma que o Ibovespa tem tudo para bater nos 45 mil pontos neste ano.
Os pontos do Ibovespa aumentam de acordo com que os preços das ações que compõem o índice sobem.
Os grandes investidores internacionais estão aumentando suas exposições a ativos de maior risco -como ações e títulos de emergentes-, que pagam maiores rendimentos. Esse movimento ganhou fôlego neste começo de ano porquê o Fed (banco central dos Estados Unidos) deu novos sinais de que o ciclo de elevação dos juros americanos está perto de seu fim.
O dólar voltou a subir diante do real. Nos negócios de ontem, a alta foi de 0,97%, com a moeda vendida a R$ 2,284.
Mesmo assim, analistas afirmam que a tendência de baixa para o dólar ainda é forte.
Ontem o Banco Central comprou cerca de US$ 500 milhões, considerando as intervenções no mercado futuro e à vista.
(FABRICIO VIEIRA)


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