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No país, taxa de retorno supera média mundial
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Altas taxas de retorno,
acima das vistas em outros
lugares do mundo, e arrecadação polpuda não garantiram até 2005 às concessionárias de estradas
brasileiras operar com lucro líquido. De acordo com
a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias
de Rodovias), naquele ano
houve déficit financeiro de
R$ 131 milhões.
No ano passado, o panorama começou a mudar. A
CCR, a maior operadora
de concessões de rodovias,
teve lucro líquido de R$
314,5 milhões nos nove
primeiros meses. A OHL
Brasil, a segunda maior,
lucrou R$ 80,9 milhões.
Os números traduzem
particularidades do setor.
Quando uma empresa ganha o direito de explorar
uma rodovia, ela assume
compromisso de fazer investimentos ao longo de
toda a concessão em infra-estrutura e serviços.
Nos primeiros anos, os
investimentos são maiores e o balanço acaba emagrecido. Isso não significa,
porém, que a gestão das
rodovias seja mau negócio.
Os números refletem uma
realidade desigual.
Empresas que operam
há mais tempo ou atuam
em lugares de maior tráfego registram melhor desempenho. A taxa de retorno do setor sobre o capital investido alcança, em
média, 18%. Ao final da
concessão -de geralmente 25 anos-, a concessionária recebe 18% além do
que investiu na estrada.
Nos Estados Unidos esse percentual costuma ser
de 15%. Na Europa fica em
torno de 12%.
"A margem de lucro que
essas concessionárias operam só tem comparação
com o tráfico internacional de drogas", criticou ontem o subprocurador-geral da República Aurélio
Virgílio em Brasília.
"Todas as empresas que
administram rodovias no
país são fiscalizadas pelo
poder concedente e pelas
agências reguladoras, recolhem impostos, desoneram o governo de importantes investimentos e
prestam serviço público
de qualidade", rebateu a
ABCR, em nota.
Para o professor Paulo
Fleury, do Centro de Estudos Logísticos da Coppead-UFRJ, há "incompetência" do governo para
avaliar e auditar o setor.
"Investidor e sociedade
não sabem o que é prioridade: um Estado forte ou
estradas boas."
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