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Chuva encarece alimentos no Sul e Sudeste
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
As intensas chuvas deste
verão nas regiões Sul e Sudeste do país provocaram aumentos de até 100% no atacado nos preços de alimentos
como batata, alface e cenoura. A alta resulta da queda na
oferta, causada pelo excesso
de umidade, que estragou
parte da produção, segundo
as Ceasas (Centrais de Abastecimento) de Minas Gerais,
São Paulo, Rio de Janeiro,
Paraná e Rio Grande do Sul.
Em Minas, a saca de 50 kg
de batata chegou a custar R$
110 na última semana do ano,
enquanto o preço normal
nesta época fica em torno de
R$ 50, segundo o chefe do
Departamento Técnico da
CeasaMinas, Wilson Guide.
As chuvas que atingiram o
sul do Estado e a região do
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba dificultam a colheita
e o escoamento da produção,
já que muitas estradas ficaram em situação precária.
Produtores de melancia,
cenoura, beterraba, alface e
chicória enfrentam situação
parecida.
Em São Paulo, as chuvas
estragaram principalmente
plantações da região metropolitana, no chamado Cinturão Verde, grande produtor
de hortaliças.
Segundo a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo),
houve aumento nos preços
da alface, couve e rúcula. Em
dezembro, o setor de verduras registrou alta de 56,1%
nos preços do atacado, e a expectativa é que a curva continue ascendente devido à previsão de mais chuva para as
próximas semanas.
Sul
De novembro para cá, a
Ceasa-PR registrou alta de
até 100% no preço de alimentos como cenoura, beterraba e batata por causa do
excesso de chuva.
Segundo a Secretaria de
Agricultura do Estado, a previsão é de mais perdas nas lavouras de batata, que deve
ser colhida neste mês, e de
cebola, já em plena colheita.
Ambas as culturas sofrem
com a proliferação de fungos
e bactérias quando persiste o
mau tempo, segundo o técnico Marcelo Moreira.
Outra preocupação no Estado é com a "migração" da
produção local para São Paulo, onde as perdas foram
mais significativas. "O produtor vende para lá porque é
mais vantajoso, pagam
mais", diz Moreira. A redução na oferta pode pressionar ainda mais os preços para o consumidor no Paraná.
No Rio Grande do Sul, a
Ceasa aponta alta de 66% na
couve-flor e de mais de 25%
no brócolis, repolho, chuchu,
batata-doce e cenoura, considerando os preços da primeira semana do ano.
O excesso de umidade,
combinado com temperaturas altas, aumentou a incidência de "doenças fúngicas"
nesses produtos, segundo o
responsável pelas análises da
Ceasa-RS, Claiton Colvelo.
Frutas
No Paraná, as chuvas causaram transtornos também
aos produtores de frutas de
caroço, como pêssego e nectarina -o Estado é o terceiro
maior produtor do país.
A Faep (federação da agricultura) estima redução de
até 50% na produção de uva e
perdas de até 30% nas frutas
de caroço, produzidas na região norte do Paraná.
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