Volume exportado deve se manter no mesmo patamar de 2009, segundo previsão do Cecafé

DA REUTERS

O volume exportado de café verde neste ano deverá ficar bem próximo dos embarques verificados em 2009, mas as divisas geradas com as vendas deverão crescer, considerando os melhores preços da commodity no mercado internacional. A afirmação é do diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga.
No ano passado, as exportações de café verde atingiram 27,33 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 5% em relação a 2008, segundo o Cecafé. Para este ano, o órgão prevê exportações entre 27,3 milhões e 27,8 milhões de sacas.
""A estimativa (para 2010) é baseada em um semestre com uma safra menor e outro com uma safra maior", declarou o diretor-geral do Cecafé.
Ele explicou que as exportações brasileiras no primeiro semestre deste ano serão feitas com a oferta de uma safra menor (2009/10). E os embarques do segundo semestre já absorverão a produção de uma colheita (2010/11) que pode ser das maiores que o país já teve.
As exportações totais de café em 2009, incluindo torrado e moído (106 mil sacas equivalentes) e solúvel (2,86 milhões de sacas), somaram 30,3 milhões de sacas.
Prevendo preços melhores em 2010 do que os verificados em 2009, o Cecafé projeta que os embarques totais resultem em mais dólares neste ano, algo entre US$ 4,6 bilhões e US$ 4,8 bilhões, contra US$ 4,27 bilhões no ano passado.
""Com preços melhores em relação a 2009, (a receita cambial) vai subir", disse Braga, ressaltando que o preço médio da saca em dezembro, de US$ 153,91, já se aproxima da cotação pré-crise.


Café robusta
As exportações do café robusta, que registraram queda de quase 1 milhão de sacas em 2009 ante 2008, para 1,1 milhão de sacas, devem se recuperar, avaliou o Cecafé. O órgão projeta embarques de 2,2 milhões a 2,4 milhões de sacas neste ano.
O Cecafé prevê uma redução das exportações do Vietnã, maior exportador global de robusta, e provável aumento dos embarques do também chamado conillon brasileiro, ""que tende a se tornar mais competitivo no mercado externo".
Já os embarques do arábica em 2010 estão estimados entre 25,1 milhões e 25,4 milhões de sacas, ante 26,2 milhões de sacas em 2009.
No ano passado, apesar de a receita cambial gerada ter caído 10% ante 2008, em meio à crise, o Brasil conseguiu manter sua participação no mercado internacional, com quase um terço do total.
O consumo mundial de café subiu em 2009, aproximando-se de 132 milhões de sacas de 60 kg, contra cerca de 130 milhões de sacas em 2008, informou ontem a Organização Internacional do Café (OIC).


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