da Reportagem Local

O patrimônio dos fundos de pensão brasileiros pode ter encolhido cerca de R$ 8 bilhões em 98, devido à crise que atingiu as Bolsas de Valores do mundo todo. A estimativa se baseia em informação divulgada ontem pelo novo presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada), Carlos Duarte Caldas.
Isso não quer dizer que os fundos tiveram prejuízo, já que seus investimentos são de longo prazo. Segundo Caldas, os 350 fundos somam patrimônio de R$ 80 bilhões desde outubro, ou cerca de 9% do PIB (Produto Interno Bruto).
A relação entre o patrimônio dos fundos e o PIB já foi melhor. No final de 97, por exemplo, o patrimônio representava 11,8% do PIB. Essa relação mostra a capacidade do país de gerar poupança interna, ou seja, dinheiro que ajuda a movimentar a economia na forma de novos investimentos.
Até outubro, os fundos fechados (ligados a empresas estatais ou privadas) investiam cerca de 20% do patrimônio em ações e mais 10% em outras modalidades de aplicação de renda variável. Foi sobre esses investimentos que ocorreu a redução patrimonial de cerca de 30%, em razão das fortes quedas das Bolsas de Valores. Mas houve ganhos em outras áreas, como em renda fixa (títulos públicos etc.).
Os fundos aplicam pouco mais de 18% do patrimônio em imóveis, mas uma mudança na legislação prevê que esse percentual caia para 15% até o ano 2002.
Caldas, que é também diretor da Fundação Francisco Martins Bastos, do grupo Ipiranga, defende que a legislação não deve mudar ao sabor dos acontecimentos. Uma de suas bandeiras à frente da entidade será a criação de uma agência para fiscalizar o setor, nos moldes das existentes para o petróleo e para as telecomunicações.
Atualmente, a lei determina os tetos para os investimentos, mas Caldas quer maior flexibilidade para que cada fundo privilegie a cultura de sua empresa-mãe.



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