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EMPRESAS
Concessão pode ser cassada
Argentina intervirá em ferrovias privatizadas
DE BUENOS AIRES
O governo argentino anunciou
ontem que irá intervir nos serviços das empresas privatizadas do
setor ferroviário. O anúncio foi
feito depois de uma série de protestos e de denúncia da Justiça argentina, que considerou que as
empresas do setor não oferecem
as condições mínimas de segurança e conforto aos passageiros.
O chefe do Gabinete de Ministros, Alfredo Atanasof, afirmou
que técnicos do governo apresentarão, em cerca de dez dias, um
relatório sobre os problemas no
setor, para que o governo decida
as medidas a serem tomadas.
"Vamos trabalhar para corrigir
os inconvenientes que possam
aparecer no relatório", disse Atanasof, sugerindo também que o
governo poderia chegar ao limite
de cassar concessões caso fique
comprovado que as empresas não
cumprem os contratos.
A decisão desencadeou uma
polêmica entre o governo e as empresas concessionárias dos serviços ferroviários. As empresas argumentam que o governo não repassou US$ 300 milhões em subsídios que estavam previstos para
o setor. O governo respondeu que
o atraso no pagamento de subsídios ocorre há apenas três meses,
tempo insuficiente para que o serviço se deteriorasse tanto.
O anúncio foi feito uma semana
antes da chegada ao país de uma
missão conjunta do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário
Internacional) que analisará os
serviços públicos argentinos.
Um dos pontos mais polêmicos
da negociação de mais de um ano
entre o governo argentino e o
Fundo foi o reajuste das tarifas de
serviços públicos -telefonia, gás,
eletricidade, transporte. O FMI
pressionava por reajustes de mais
de 50%.
As tarifas ficaram congeladas
por um ano. Graças ao controle
de preços, o governo conseguiu
conter um pouco a inflação e evitar uma alta ainda mais forte do
custo de vida -o índice geral de
preços, mesmo sem aumento de
tarifas, subiu 40%.
(MARCELO BILLI)
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