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São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 2003

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LOJA DO FUTURO

Cliente passa as compras e paga sozinho, sem ajuda de funcionário

Supermercado testa caixa sem caixa

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Consumidora do Pão de Açúcar utiliza autocaixa, que está em teste em uma loja da zona sul


DA REPORTAGEM LOCAL

Escolher o produto, passar os itens pelo leitor de código de barras, fazer o pagamento com o cartão e, em alguns casos, empacotar tudo. Sem a interferência do funcionário da loja. Há dez dias, um dos pontos da rede Pão de Açúcar, a maior cadeia de supermercados do país, disponibilizou aos consumidores, pela primeira vez no país, o chamado autocaixa. Por dia, 80 pessoas passam por esse caixa.
Nesse sistema de compras, o consumidor é responsável por toda a operação que ficava a cargo do operador de caixa. Após passar os produtos pelo leitor de barras, aparece a soma total da compra, que poderá ser paga com cartão do banco ou de crédito, por exemplo.
Para acompanhar o processo e evitar que o consumidor, num instante de má-fé, resolva pagar menos pela compra, uma portinhola impede que ele saia do caixa sem o "sinal verde" da máquina. Há uma câmera que acompanha toda a operação.
Para orientar em caso de dúvidas, existe uma equipe de funcionários próxima. Um empregado ajuda apenas a empacotar a mercadoria, caso necessário.
Localizada na loja da avenida Ricardo Jafet, zona sul de São Paulo, o sistema autocaixa -implementado em apenas um caixa do ponto- é caro, foi alvo de projetos de outros redes no país e não saiu do papel. Analistas dizem que o projeto agrega valor à marca da rede, mas deve ter maior apelo em determinados segmentos de consumidores.
"A idéia era iniciar o projeto numa loja que reúne diferentes tipos de público. A partir daí, veremos que tipo de consumidor se adapta melhor à novidade e decidiremos qual será a próxima loja", diz Maria Cristina de Amarante, gerente de operações e excelência em serviço da rede.
Já se sabe que, em dez dias de operação, 59% dos "curiosos" que usaram o autocaixa são mulheres. O restante (41%), homens. Cerca de 42% utilizam o chamado cartão Mais, que pertence à cadeia. Esse consumidor tem renda acima de R$ 3.000 e curso superior.
A empresa não diz quanto gastou ou pretende gastar com a novidade. Nem fala em metas. Planejou tudo com discrição e mantém a operação, que tem os seus riscos, assim. A tecnologia foi desenvolvida pela rede, mas "copiada" de modelos nos EUA.
Lá, uma em cada quatro lojas possui o equipamento, e 50% dos clientes já fizeram a compra dessa forma. Em menos de dez anos, apontam pesquisas, 90% dos caixas nos Estados Unidos deverão usar o sistema.
(ADRIANA MATTOS)


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