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Yahoo! recusa proposta da Microsoft
Oferta era de US$ 44,6 bi; direção da empresa, no entanto, sinalizou que está aberta a novas negociações
DA REDAÇÃO
A direção do Yahoo! confirmou ontem que recusou a oferta hostil de US$ 44,6 bilhões
feita pela Microsoft há duas semanas, mas deixou aberta a
possibilidade de novas negociações. Segundo a empresa, a proposta da Microsoft "deprecia
substancialmente" o seu valor.
O Yahoo! disse, em comunicado, que "avalia todas as opções estratégicas" e "continua
comprometido em buscar iniciativas" que elevem o valor da
empresa. Uma das hipóteses
em estudo é a fusão com a AOL.
A Microsoft disse que a decisão da concorrente foi "desapontadora" e reafirmou um
trecho que já estava na carta de
seu presidente-executivo, Steve Ballmer, que anunciava a
oferta há duas semanas, sinalizando que não desistiria do negócio em caso de recusa. "A Microsoft se reserva o direito de
seguir todos os passos necessários para garantir que os acionistas do Yahoo! tenham a
oportunidade de constatar o
valor de nossa proposta."
Segundo pessoas próximas às
negociações, o Yahoo! quer
uma oferta de pelo menos US$
40 por ação, o que elevaria em
cerca de US$ 12 bilhões o valor
oferecido pela Microsoft. A
proposta da Microsoft, anunciada em 1º de fevereiro, era de
US$ 31 por papel da rival -62%
superior ao preço das ações do
Yahoo! no dia anterior. Ontem,
as ações do Yahoo! subiram
2,29%, para US$ 29,87. As da
Microsoft retrocederam 1,23%.
A Microsoft poderia entrar
em contato direto com os acionistas do Yahoo!, aproveitando
a insatisfação com os resultados da empresa -o lucro caiu
nos últimos oito trimestres.
Três dias antes de receber a
oferta, o Yahoo! divulgou que
seus ganhos caíram 23,4% no
último trimestre de 2007 ante
o mesmo período de 2006 e que
pretende demitir 1.000 dos
seus 14.300 funcionários.
O lucro em 2007, de US$ 660
milhões, foi praticamente metade do lucro do Google no último trimestre do ano passado,
de US$ 1,21 bilhão -resultado
considerado decepcionante.
Não é a primeira vez que o
Yahoo! recusa uma proposta da
Microsoft. O próprio Ballmer
confirmou negociações anteriores na carta de 1º de fevereiro. Segundo o executivo, as
duas companhias discutiram
uma possível fusão e outras
possibilidades de parceria no
final de 2006 e no começo do
ano passado, mas que, em fevereiro de 2007, a concorrente
decidiu encerrar as negociações porque estava confiante
no seu "potencial de alta".
"Um ano se passou e a situação competitiva não melhorou", escreveu Ballmer. Por isso, segundo ele, "enquanto uma
parceria comercial podia fazer
sentido há algum tempo, a Microsoft acredita que a única alternativa agora é a combinação
que estamos propondo".
Opções
Segundo o diário londrino
"The Times", o Yahoo! quer negociar uma fusão com a AOL
para se proteger da oferta hostil
da Microsoft. "Tudo o que eles
[Microsoft] estão tentando é levar a empresa de barbada. Eles
estão tentando roubá-la, e a direção não vai deixar que isso
aconteça", disse uma fonte ligada ao Yahoo! ao jornal.
Também estariam sendo estudados acordos com a Disney
e com o Google. Neste caso, o
Yahoo! passaria a usar o sistema de publicidade on-line do
rival. O crescente mercado de
publicidade on-line, setor que é
dominado pelo Google, é uma
das principais razões que motivaram a oferta da Microsoft.
Microsoft e Yahoo! vêm enfrentando dificuldades para
competir com o Google no setor de publicidade na internet,
um dos mais lucrativos da área.
No ano passado, segundo o
"Wall Street Journal", o Google
faturou US$ 11,7 bilhões com as
vendas de publicidade, contra
US$ 5,1 bilhões do Yahoo! e
US$ 2,8 bilhões da Microsoft.
A companhia de Bill Gates
calcula que esse mercado "cada
vez mais dominado por um
"player'" totalizou US$ 40 bilhões em 2007 e deve chegar a
US$ 80 bilhões em 2010.
Com agências internacionais
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