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GASTO PÚBLICO/OUTRO LADO
Silva atribui críticas a sentimento de "perda de poder'; Eletrobrás não responde a questionamentos
Presidente da Lightpar defende estrutura
DA REPORTAGEM LOCAL
O atual presidente da Lightpar,
Rogério Silva, defende a existência da empresa e afirma que vem
enxugando o negócio desde que
assumiu o cargo, no final do ano
passado.
"Em abril de 2005, tínhamos
uma estrutura de 28 funcionários.
Hoje, são 13. E estamos em um
processo de reduzir ainda mais, a
um mínimo necessário", afirma.
"Estamos fazendo isso e contrariando muita gente. Vamos enxugando e resolvendo."
O enxugamento do ano passado, no entanto, foi realizado pelo
ex-presidente da empresa, Joaquim de Carvalho (que ficou no
cargo entre 17 de março e 27 de
outubro), e não por Silva.
Silva diz ainda que no período
em que vem administrando a empresa houve, "na verdade, até reduções de salários. E nada foi pago fora dos limites legais".
Silva atribui as críticas à atuação
da Lightpar a um "sentimento de
perda de poder do conjunto de
funcionários" do sistema Eletrobrás. Ele afirma ainda que, até o
momento, o controlador da
Lightpar (a Eletrobrás) não entendeu que deve incorporar as atividades da empresa. "Fazemos o
que nos foi designado."
Silva afirma que uma das atribuições da empresa é administrar
a carteira de participações que ela
tem em outras elétricas, que é de
onde vem a receita da Lightpar
-que fechou no vermelho no
primeiro semestre de 2005.
As participações são pequenas,
de 1,25% na Eletropaulo, 0,66%
na CTEEP, 1,42% na Emae e
0,99% na CPFL. "Trata-se de uma
carteira de R$ 100 milhões", diz.
"Procurando soluções"
"A outra função é procurar soluções para a Eletronet (que faliu
em 2003). Temos a administração
da massa falida. Temos de acompanhar e procurar alternativas
para o negócio", diz Silva. Essa
função é negada pelo síndico da
massa falida da Eletronet.
Eletrobrás
O presidente da Eletrobrás,
Aloísio Vasconcelos, não respondeu aos pedidos de entrevista da
reportagem. Procurado desde
quarta-feira, a assessoria dele chegou a pedir que as perguntas fossem enviadas por e-mail, o que foi
feito na tarde de quinta.
Além das razões da existência
da Lightpar e das atividades dos
40 assessores da Eletrobrás, a Folha questionou ainda sobre as
funções de Omar Marzagão,
apontado pelos funcionários da
estatal como um exemplo de
"funcionário fantasma".
Segundo a Aeel (Associação dos
Empregados da Eletrobrás), Marzagão é "figurinha difícil" de ser
encontrada em seu posto de trabalho. Marzagão seria outra indicação do PMDB de Minas para
ocupar cargo na estatal.
Assim como alguns dos representantes da AEEL, a Folha não
conseguiu localizar Marzagão.
(FERNANDO CANZIAN)
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