São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GASTO PÚBLICO/OUTRO LADO

Silva atribui críticas a sentimento de "perda de poder'; Eletrobrás não responde a questionamentos

Presidente da Lightpar defende estrutura

DA REPORTAGEM LOCAL

O atual presidente da Lightpar, Rogério Silva, defende a existência da empresa e afirma que vem enxugando o negócio desde que assumiu o cargo, no final do ano passado.
"Em abril de 2005, tínhamos uma estrutura de 28 funcionários. Hoje, são 13. E estamos em um processo de reduzir ainda mais, a um mínimo necessário", afirma. "Estamos fazendo isso e contrariando muita gente. Vamos enxugando e resolvendo."
O enxugamento do ano passado, no entanto, foi realizado pelo ex-presidente da empresa, Joaquim de Carvalho (que ficou no cargo entre 17 de março e 27 de outubro), e não por Silva.
Silva diz ainda que no período em que vem administrando a empresa houve, "na verdade, até reduções de salários. E nada foi pago fora dos limites legais".
Silva atribui as críticas à atuação da Lightpar a um "sentimento de perda de poder do conjunto de funcionários" do sistema Eletrobrás. Ele afirma ainda que, até o momento, o controlador da Lightpar (a Eletrobrás) não entendeu que deve incorporar as atividades da empresa. "Fazemos o que nos foi designado."
Silva afirma que uma das atribuições da empresa é administrar a carteira de participações que ela tem em outras elétricas, que é de onde vem a receita da Lightpar -que fechou no vermelho no primeiro semestre de 2005.
As participações são pequenas, de 1,25% na Eletropaulo, 0,66% na CTEEP, 1,42% na Emae e 0,99% na CPFL. "Trata-se de uma carteira de R$ 100 milhões", diz.

"Procurando soluções"
"A outra função é procurar soluções para a Eletronet (que faliu em 2003). Temos a administração da massa falida. Temos de acompanhar e procurar alternativas para o negócio", diz Silva. Essa função é negada pelo síndico da massa falida da Eletronet.

Eletrobrás
O presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos, não respondeu aos pedidos de entrevista da reportagem. Procurado desde quarta-feira, a assessoria dele chegou a pedir que as perguntas fossem enviadas por e-mail, o que foi feito na tarde de quinta.
Além das razões da existência da Lightpar e das atividades dos 40 assessores da Eletrobrás, a Folha questionou ainda sobre as funções de Omar Marzagão, apontado pelos funcionários da estatal como um exemplo de "funcionário fantasma".
Segundo a Aeel (Associação dos Empregados da Eletrobrás), Marzagão é "figurinha difícil" de ser encontrada em seu posto de trabalho. Marzagão seria outra indicação do PMDB de Minas para ocupar cargo na estatal.
Assim como alguns dos representantes da AEEL, a Folha não conseguiu localizar Marzagão.
(FERNANDO CANZIAN)

Texto Anterior: Lições Contemporâneas - Luiz Gonzaga Belluzzo: A turma do gol contra
Próximo Texto: Saiba mais: Eletronet é rede nacional de fibras ópticas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.