|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Brasil está entre menos ousados nos juros
Mesmo com a redução de 1,5
ponto percentual na taxa básica de juros, promovida ontem
pelo Banco Central, o Brasil
continua sendo um dos países
menos ousados na utilização da
política monetária como arma
para o enfrentamento da crise
financeira internacional. É o
que mostra levantamento feito
pela Abdib (Associação Brasileira das Indústrias de Base),
que comparou os dados de oito
países e regiões.
Segundo o estudo, as taxas de
juros nominais praticadas nos
EUA e na Zona do Euro representam hoje 12% e 40%, respectivamente, em relação a setembro de 2008, época da eclosão da crise. O país que realizou
o maior corte foi a Inglaterra,
onde hoje os juros valem apenas 10%, se comparados aos de
setembro.
Mesmo em emergentes os
cortes foram proporcionalmente maiores. Na Índia, a taxa
atual equivale a 68% em relação à que era praticada no início da crise. Na China, o percentual é de 73%. No Brasil, a
taxa básica ainda vale 86% com
relação a setembro. O país só
perde para o México, onde o
percentual está em 91%.
"Esta constatação pode ter
uma leitura positiva, que é o fato de termos um arsenal importante -a política monetária-,
para compensar a queda na atividade econômica", afirma
Paulo Godoy, presidente da Abdib. "Por outro lado, a demora
do Brasil em fazer uso dessa arma acaba prejudicando a competitividade do país como um
todo."
De acordo com Godoy, o corte de ontem foi positivo e realizado de maneira segura, sem
colocar em risco as perspectivas de inflação. Ele afirma, no
entanto, que daqui para a frente será importante o acompanhamento cuidadoso com relação à expectativa dos juros futuros.
"A crise sinaliza que será
mais profunda e mais longa do
que o esperado", diz Godoy. "É
um clamor para agirmos mais
rápido para que impacto no
emprego seja menor."
GELADEIRA
A Essencis Manufatura Reversa está trazendo ao Brasil
um sistema de tratamento de resíduos para recuperação de
CFC -gás que intensifica o aquecimento global-, com
99,5% de aproveitamento. Chamado manufatura reversa, o
sistema trata e permite a comercialização do poluente no
mercado de créditos de carbono. "O CFC está no isolamento
de refrigeradores, sapatos e painéis de carros", diz Roberto
Lopes, superintendente da Essencis. A empresa começou
com o tratamento de refrigeradores e passa a trabalhar com
lâmpadas fluorescentes. Nos próximos meses, prevê recuperar pilhas, baterias, celulares e computadores. O material a
ser reciclado é coletado de fornecedores e varejistas.
CONTROLE REMOTO
A Sésamo Workshop, organização sem fins lucrativos que
produz o seriado norte-americano "Vila Sésamo", terá que
cortar quase 20% dos seus funcionários, segundo a Bloomberg. A crise econômica provocou o corte de 67 das suas 355
vagas. A série está no ar desde 1969 e é o programa infantil
mais assistido no mundo, segundo os produtores. As receitas
da Sésamo Workshop são provenientes de licenciamentos de
produtos e vendas de programas.
CASAMENTO SEM CRISE
Os negócios que envolvem o caminho até o altar movimentam R$ 3,7 bilhões ao ano no Brasil, estimam as empresas do setor. Segundo os dados mais recentes do IBGE,
que contabiliza apenas as uniões oficiais, foram realizados
916.006 casamentos no país em 2007, com alta de 3% sobre 2006. De olho nesse mercado que não para de crescer,
será realizada, entre os dias 27 e 29, a 7ª edição do São
Paulo Weeding Week, no Caesar Park Faria Lima.
SOBRE RODAS
Paulo Kakinoff é o novo
presidente da Audi do Brasil.
Kakinoff atuou como diretor
de marketing e vendas da
Volkswagen.
REALCE
O Ibmec São Paulo está
em processo de mudança de
marca. Nada muda na instituição, segundo o Ibmec.
Hoje o nome é usado por três
instituições: instituto original, Veris Educacional e Instituto Veris. Houve consulta
a alunos. Duas propostas foram apresentadas para a nova marca. O comitê executivo e o conselho deliberativo
farão a escolha, considerando a consulta. O resultado
deve ser anunciado em maio.
CARTEIRA
A Força Sindical definiu o
slogan do 1º de Maio: "Emprego, emprego, emprego:
toda a Força pelo emprego
decente". A central diz que
cobrará do governo Lula a
geração de postos de trabalho com carteira assinada.
ALTO ESCALÃO
O Sindicato dos Bancários
de SP, Osasco e região (CUT)
comemora hoje 30 anos de
"retomada democrática" da
entidade, alvo de intervenção na década de 1970 e que
atuava para "homologar a
vontade dos bancos e da ditadura". Antigos presidentes
do sindicato, como Luiz Gushiken e Ricardo Berzoini, devem participar.
PREVIDÊNCIA
Em 2008, a Caixa Vida &
Previdência faturou R$ 2,5
bilhões no acumulado de doze meses. A alta foi de 56,3%
em relação ao exercício de
2007. O restante do setor
evoluiu uma média de 13,2%
no mesmo período.
NA TELA
A Sony quer acelerar a entrada de seus novos modelos
no Brasil. Serão lançados hoje
três produtos: o notebook
Vaio P530, que mede 12 centímetros de largura, 2 de espessura e pesa 620 gramas, o monitor de LCD Bravia, com menos de 1 centímetro de espessura, e uma TV LCD 240 Hz.
Em 2008, a empresa lançou
101 produtos no país.
ON-LINE
O Mercado Eletrônico, especializado em transações
entre empresas pela internet, fechou 2008 com R$ 40
bilhões em volume movimentado, alta de 14% ante
2007. No faturamento, a
companhia cresceu 30% ante o ano anterior. Para 2009,
o presidente Eduardo Nader
espera crescimento de 18%
sobre o resultado de 2008
em valores transacionados e
32% no faturamento.
NO MAPA
Se o Rio de Janeiro for o
escolhido para ser a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de
2016, o preço médio dos cerca de 7 milhões de ingressos
vendidos para as disputas
deverá ficar em US$ 36. Mais
de 2 milhões desses ingressos custarão menos de US$
20 e outros 3,8 milhões deverão sair por até US$ 30.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
Próximo Texto: BC muda posição e corta juro em 1,5 ponto Índice
|