São Paulo, quinta-feira, 12 de março de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Brasil está entre menos ousados nos juros

Mesmo com a redução de 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros, promovida ontem pelo Banco Central, o Brasil continua sendo um dos países menos ousados na utilização da política monetária como arma para o enfrentamento da crise financeira internacional. É o que mostra levantamento feito pela Abdib (Associação Brasileira das Indústrias de Base), que comparou os dados de oito países e regiões.
Segundo o estudo, as taxas de juros nominais praticadas nos EUA e na Zona do Euro representam hoje 12% e 40%, respectivamente, em relação a setembro de 2008, época da eclosão da crise. O país que realizou o maior corte foi a Inglaterra, onde hoje os juros valem apenas 10%, se comparados aos de setembro.
Mesmo em emergentes os cortes foram proporcionalmente maiores. Na Índia, a taxa atual equivale a 68% em relação à que era praticada no início da crise. Na China, o percentual é de 73%. No Brasil, a taxa básica ainda vale 86% com relação a setembro. O país só perde para o México, onde o percentual está em 91%.
"Esta constatação pode ter uma leitura positiva, que é o fato de termos um arsenal importante -a política monetária-, para compensar a queda na atividade econômica", afirma Paulo Godoy, presidente da Abdib. "Por outro lado, a demora do Brasil em fazer uso dessa arma acaba prejudicando a competitividade do país como um todo."
De acordo com Godoy, o corte de ontem foi positivo e realizado de maneira segura, sem colocar em risco as perspectivas de inflação. Ele afirma, no entanto, que daqui para a frente será importante o acompanhamento cuidadoso com relação à expectativa dos juros futuros.
"A crise sinaliza que será mais profunda e mais longa do que o esperado", diz Godoy. "É um clamor para agirmos mais rápido para que impacto no emprego seja menor."

GELADEIRA
A Essencis Manufatura Reversa está trazendo ao Brasil um sistema de tratamento de resíduos para recuperação de CFC -gás que intensifica o aquecimento global-, com 99,5% de aproveitamento. Chamado manufatura reversa, o sistema trata e permite a comercialização do poluente no mercado de créditos de carbono. "O CFC está no isolamento de refrigeradores, sapatos e painéis de carros", diz Roberto Lopes, superintendente da Essencis. A empresa começou com o tratamento de refrigeradores e passa a trabalhar com lâmpadas fluorescentes. Nos próximos meses, prevê recuperar pilhas, baterias, celulares e computadores. O material a ser reciclado é coletado de fornecedores e varejistas.

CONTROLE REMOTO
A Sésamo Workshop, organização sem fins lucrativos que produz o seriado norte-americano "Vila Sésamo", terá que cortar quase 20% dos seus funcionários, segundo a Bloomberg. A crise econômica provocou o corte de 67 das suas 355 vagas. A série está no ar desde 1969 e é o programa infantil mais assistido no mundo, segundo os produtores. As receitas da Sésamo Workshop são provenientes de licenciamentos de produtos e vendas de programas.

CASAMENTO SEM CRISE
Os negócios que envolvem o caminho até o altar movimentam R$ 3,7 bilhões ao ano no Brasil, estimam as empresas do setor. Segundo os dados mais recentes do IBGE, que contabiliza apenas as uniões oficiais, foram realizados 916.006 casamentos no país em 2007, com alta de 3% sobre 2006. De olho nesse mercado que não para de crescer, será realizada, entre os dias 27 e 29, a 7ª edição do São Paulo Weeding Week, no Caesar Park Faria Lima.

SOBRE RODAS
Paulo Kakinoff é o novo presidente da Audi do Brasil. Kakinoff atuou como diretor de marketing e vendas da Volkswagen.

REALCE
O Ibmec São Paulo está em processo de mudança de marca. Nada muda na instituição, segundo o Ibmec. Hoje o nome é usado por três instituições: instituto original, Veris Educacional e Instituto Veris. Houve consulta a alunos. Duas propostas foram apresentadas para a nova marca. O comitê executivo e o conselho deliberativo farão a escolha, considerando a consulta. O resultado deve ser anunciado em maio.

CARTEIRA
A Força Sindical definiu o slogan do 1º de Maio: "Emprego, emprego, emprego: toda a Força pelo emprego decente". A central diz que cobrará do governo Lula a geração de postos de trabalho com carteira assinada.

ALTO ESCALÃO
O Sindicato dos Bancários de SP, Osasco e região (CUT) comemora hoje 30 anos de "retomada democrática" da entidade, alvo de intervenção na década de 1970 e que atuava para "homologar a vontade dos bancos e da ditadura". Antigos presidentes do sindicato, como Luiz Gushiken e Ricardo Berzoini, devem participar.

PREVIDÊNCIA
Em 2008, a Caixa Vida & Previdência faturou R$ 2,5 bilhões no acumulado de doze meses. A alta foi de 56,3% em relação ao exercício de 2007. O restante do setor evoluiu uma média de 13,2% no mesmo período.

NA TELA
A Sony quer acelerar a entrada de seus novos modelos no Brasil. Serão lançados hoje três produtos: o notebook Vaio P530, que mede 12 centímetros de largura, 2 de espessura e pesa 620 gramas, o monitor de LCD Bravia, com menos de 1 centímetro de espessura, e uma TV LCD 240 Hz. Em 2008, a empresa lançou 101 produtos no país.

ON-LINE
O Mercado Eletrônico, especializado em transações entre empresas pela internet, fechou 2008 com R$ 40 bilhões em volume movimentado, alta de 14% ante 2007. No faturamento, a companhia cresceu 30% ante o ano anterior. Para 2009, o presidente Eduardo Nader espera crescimento de 18% sobre o resultado de 2008 em valores transacionados e 32% no faturamento.

NO MAPA
Se o Rio de Janeiro for o escolhido para ser a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o preço médio dos cerca de 7 milhões de ingressos vendidos para as disputas deverá ficar em US$ 36. Mais de 2 milhões desses ingressos custarão menos de US$ 20 e outros 3,8 milhões deverão sair por até US$ 30.


com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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em 1,5 ponto

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