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Gastos com educação elevam o IPCA, índice oficial da inflação
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Pressionado pelo reajuste
das mensalidades escolares, o
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em
0,55% em fevereiro, a maior taxa desde junho de 2008
(0,74%) e acima da variação de
janeiro (0,48%), segundo o
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
A aceleração da inflação, porém, não preocupa, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
A alta de janeiro para fevereiro foi provocada exclusivamente pelo grupo educação, que sazonalmente sobe nesse mês.
Pelos dados do IPCA, o grupo
teve alta de 4,77%, impacto de
0,33 ponto percentual. Representou 67% do índice.
"Como em fevereiro é apropriado o reajuste das mensalidades escolares, a taxa ficou
um pouco maior do que em janeiro, mostrando a alta sazonal
das escolas", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora
de Índice de Preços do IBGE.
Por seu turno, a alta dos alimentos perdeu força e o grupo
subiu 0,27% em fevereiro, num
ritmo bem menos intenso do
que em janeiro -0,75%.
"Observa-se, de fato, um recuo em vários itens importantes consumidos pelas famílias.
Os alimentos apresentaram
um resultado bem menor. Isso
significa que os preços não ficaram muito mais altos."
Segundo o IBGE, a carne registrou queda de 2,14% em fevereiro -em janeiro, havia subido 0,23%. Também cederam
com força os preços de tomate
(-11,12%), feijão-carioca
(-3,35%) e frango (-1,74%).
Para Francis Kinder, economista da Rosemberg e Associados, os preços das carnes e de
outros alimentos recuam na
esteira da crise, que dificulta a
exportação de muitos itens.
Na visão de Nunes dos Santos, o enfraquecimento do consumo explica o comportamento da inflação neste ano.
Tal cenário confortável de
inflação, diz Kinder, possibilitou o corte de juros. Segundo a
LCA, essa tendência permitiu a
redução da Selic.
Em 12 meses até fevereiro, o
IPCA somou 5,9%. Analistas
esperam 4,5% em dezembro.
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