São Paulo, quinta-feira, 12 de março de 2009

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Recuperação de Alencar é "inspiração" do país para vencer a crise, afirma Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em conversa ontem com empresários do setor de alumínio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que ele, os ministros e a iniciativa privada devem usar o exemplo de recuperação do vice-presidente, José Alencar, para vencer os obstáculos causados pela crise financeira internacional.
A declaração ocorreu no Palácio do Planalto, ao final de encontro com representantes de Alcoa, BHP Billiton e Albras/Alunorte. Segundo Franklin L. Feder, presidente da Alcoa América Latina e Caribe, Lula disse que a "coragem" de Alencar deve servir de "inspiração".
O presidente relatou aos empresários a angústia de todos no Planalto nos momentos que antecederam a última cirurgia do vice-presidente -entre janeiro e fevereiro, Alencar passou 27 dias internado por conta de uma delicada cirurgia no abdome para retirar nove tumores cancerígenos.
A seguir, Lula narrou a volta de Alencar ao Planalto, sorridente e bem-disposto. "O caso dele deve me inspirar, inspirar os ministros e toda a iniciativa privada", disse, segundo Feder.
Após se reunir com Lula, Paulo Nogueira Batista, diretor-executivo do FMI (Fundo Monetário Internacional), disse que é "exagero" dizer que a queda de 3,6% do PIB brasileiro no último trimestre de 2008 é o pior resultado entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).

Juros
Seguindo ordem do presidente Lula de minimizar os efeitos da crise econômica mundial, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse que é "equivocado" olhar somente o PIB do quarto trimestre, "e não do ano todo", e atacou a oposição, ao criticar a cobrança de DEM e PSDB para instalar um gabinete de crise, devido à retração do último trimestre.
Em São Paulo, em evento que discutiu a crise no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a ministra disse que uma das tarefas do governo será reduzir os "spreads" (diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram ao emprestar) e a Selic.
"Nós temos a chance agora de que os juros no Brasil atinjam um patamar civilizado. E também podemos pelo menos ser referência para as taxas de "spread" [via bancos públicos]."
Dilma afirmou que o governo prepara novas medidas para atenuar os efeitos da crise, como ajudas setoriais que devem beneficiar segmentos como o de caminhões e ônibus, um dos mais afetados pela retração.
De acordo com o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Henrique Barbosa Filho, o governo avalia que a taxa básica de juros pode chegar a menos de 10% ainda no primeiro semestre, "sem comprometer a estabilidade da inflação".
O governador José Serra (PSDB-SP) aproveitou seu discurso para dar "pitacos nas questões nacionais", como ele mesmo definiu, qualificando a política monetária do governo de "equivocada". "Não tinha inflação que justificasse a política de juros", disse, ao defender a redução da Selic.


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