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Recuperação de Alencar é "inspiração" do país para vencer a crise, afirma Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em conversa ontem com empresários do setor de alumínio,
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse que ele, os ministros e a iniciativa privada devem usar o exemplo de recuperação do vice-presidente, José
Alencar, para vencer os obstáculos causados pela crise financeira internacional.
A declaração ocorreu no Palácio do Planalto, ao final de encontro com representantes de
Alcoa, BHP Billiton e Albras/Alunorte. Segundo Franklin L.
Feder, presidente da Alcoa
América Latina e Caribe, Lula
disse que a "coragem" de Alencar deve servir de "inspiração".
O presidente relatou aos empresários a angústia de todos
no Planalto nos momentos que
antecederam a última cirurgia
do vice-presidente -entre janeiro e fevereiro, Alencar passou 27 dias internado por conta
de uma delicada cirurgia no abdome para retirar nove tumores cancerígenos.
A seguir, Lula narrou a volta
de Alencar ao Planalto, sorridente e bem-disposto. "O caso
dele deve me inspirar, inspirar
os ministros e toda a iniciativa
privada", disse, segundo Feder.
Após se reunir com Lula,
Paulo Nogueira Batista, diretor-executivo do FMI (Fundo
Monetário Internacional), disse que é "exagero" dizer que a
queda de 3,6% do PIB brasileiro no último trimestre de 2008
é o pior resultado entre os Brics
(Brasil, Rússia, Índia e China).
Juros
Seguindo ordem do presidente Lula de minimizar os
efeitos da crise econômica
mundial, a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) disse que
é "equivocado" olhar somente
o PIB do quarto trimestre, "e
não do ano todo", e atacou a
oposição, ao criticar a cobrança
de DEM e PSDB para instalar
um gabinete de crise, devido à
retração do último trimestre.
Em São Paulo, em evento que
discutiu a crise no Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC, a ministra disse que uma das tarefas
do governo será reduzir os
"spreads" (diferença entre o
que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram ao
emprestar) e a Selic.
"Nós temos a chance agora
de que os juros no Brasil atinjam um patamar civilizado. E
também podemos pelo menos
ser referência para as taxas de
"spread" [via bancos públicos]."
Dilma afirmou que o governo
prepara novas medidas para
atenuar os efeitos da crise, como ajudas setoriais que devem
beneficiar segmentos como o
de caminhões e ônibus, um dos
mais afetados pela retração.
De acordo com o secretário
de política econômica do Ministério da Fazenda, Nelson
Henrique Barbosa Filho, o governo avalia que a taxa básica
de juros pode chegar a menos
de 10% ainda no primeiro semestre, "sem comprometer a
estabilidade da inflação".
O governador José Serra
(PSDB-SP) aproveitou seu discurso para dar "pitacos nas
questões nacionais", como ele
mesmo definiu, qualificando a
política monetária do governo
de "equivocada". "Não tinha inflação que justificasse a política
de juros", disse, ao defender a
redução da Selic.
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