DO ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS (RJ)

A Embratel irá oferecer serviços de ligações locais a residências e pequenas e médias empresas do Brasil assim que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) obrigar seus concorrentes a compartilhar suas redes.
O diretor de assuntos regulatórios da Embratel, Oscar Petersen, afirmou ontem que sua meta é conseguir que a Anatel, que estuda o assunto, estabeleça exatamente o preço do compartilhamento de infra-estruturas.
"Queremos que seja estabelecido exatamente o valor de cada etapa do "unbundling" [compartilhamento"", disse Petersen, referindo-se a valores limites que teriam de ser cobrados por empresas como a Telefônica e Telemar. O executivo participou de seminário em Teresópolis (RJ).
A declaração de Petersen surpreende, pois até agora Embratel, Telefônica e Telemar estão focando a expansão somente em grandes clientes corporativos. Isso não resulta, porém, em concorrência de fato no setor de telefonia fixa.
A Embratel, por exemplo, começou no ano passado a oferecer serviços de telefonia fixa local, mas só para grandes conglomerados. Tem 700 empresas como clientes.
As operadoras de telefonia fixa não têm oferecido o serviço para clientes residenciais fora da área de concessões originais porque entendem que a receita não compensa os custos. A Embratel afirmou, por outro lado, que pretende fazer testes com telefonia fixa local com sua própria rede em condomínios do Rio.
A Anatel está estudando a criação de uma legislação para obrigar o compartilhamento de redes entre as operadoras, a fim de aumentar a concorrência.
Para Michael Pelcovits, da consultoria americana Microeconomic, o descompartilhamento de redes nos EUA permitiu que 7% da telefonia fixa daquele país sejam operados por concorrentes de operadoras que antes detinham monopólio.