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TELES
Após mais de um ano de negociações, bancos perdoam US$ 1,5 bi que teriam a receber e ficam com operadora da banda B
Credores assumem BCP em troca de dívida
LÁSZLÓ VARGA
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS (RJ)
A operadora de telefonia celular
BCP, que atua na banda B da
Grande São Paulo, foi vendida para bancos credores, após negociações que duraram mais de um
ano. O diretor de relações com o
mercado da empresa, Luís Schiriat, informou ontem o final dos
entendimentos com instituições
financeiras para a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Os 34 bancos credores devem
passar a ter cerca de 35% da operadora, em troca da dívida de US$
1,5 bilhão que tinham a receber da
BCP. Segundo Schiriat informou
no fato relevante da CVM, parte
dos bancos com débitos a receber
da BCP precisa ainda assinar o
acordo (contrato de compra da
operadora).
Com o entendimento, o grupo
americano BellSouth, que detinha
45,4% do capital da BCP, deixa de
ser acionista. Não terá mais negócios no Brasil. A Verbier (empresa
dos irmãos Moise e Joseph Safra)
reduz sua participação de também 45,4% para um percentual
inferior. Os bancos passarão a ser
controladores da BCP.
Outros sócios da operadora são
o grupo Oesp (que edita o jornal
"O Estado de S.Paulo"), Splice e
BSB, com 5,2%, 2,2% e 1,8% do
capital, respectivamente. Eles devem permanecer na BCP no início
da nova fase.
A meta dos bancos credores, se
a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovar o acordo com os acionistas da operadora, é depois vender a empresa.
O grupo Telecom Americas (do
conglomerado América Móvil) e
a Oi (da empresa brasileira Telemar) estão interessados no negócio. A Telecom Americas (que já
possui operadoras como a Tess,
do interior de São Paulo) e a Oi
(que atua em regiões como Sudeste e Nordeste) querem se firmar na Grande São Paulo e competir com a nova operadora Vivo.
A BCP tem 1,7 milhão de usuários. A empresa mergulhou em
uma crise financeira em março de
2002, quando deixou de pagar débitos de US$ 375 milhões. A BellSouth se recusou a injetar mais dinheiro em uma empresa que dava
prejuízo. Em 2001, a BCP perdeu
R$ 1,05 bilhão.
A Verbier estava disposta a pagar cerca da metade dos US$ 375
milhões, desde que a BellSouth fizesse o mesmo. Não houve acordo. Com o acordo firmado agora,
a BellSouth deixa de ser acionista
da BCP. A BellSouth e a Verbier
venderam em março passado sua
outra operadora no Brasil, a BSE,
que atua no Nordeste, por US$
170 milhões.
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