|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BC dos EUA vê preocupação com inflação e abate Bolsas
Bovespa tem queda de 0,5%; dólar sobe para R$ 2,039
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A seqüência de altas da Bolsa
de Valores de São Paulo foi interrompida ontem. A ata da última reunião do Fed, o banco
central dos EUA, estragou o humor dos investidores e puniu os
mercados financeiros.
A Bovespa seguiu a rota dos
mercados americanos e terminou com perdas de 0,50%.
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,69%; a
Nasdaq perdeu 0,74%.
O dólar, que tem sido negociado em seus mais baixos níveis em seis anos, registrou alta
de 0,49% ontem, indo a R$
2,039. No acumulado do ano, a
queda do dólar ainda é elevada,
totalizando 4,59%.
A ata do Fed, referente à reunião do último dia 21, mostrou
que seus dirigentes estão mais
preocupados com a evolução da
inflação do que se esperava. Isso acabou por decepcionar os
que contavam com uma queda
nos juros americanos até o fim
do semestre. Houve até quem
falasse em risco de alta.
"Uma inflação que permaneça nos seus níveis recentes poderia, depois de tudo, ter conseqüências danosas para a economia", ressaltou o documento.
A próxima reunião do Fed
ocorrerá em 9 de maio e o mercado praticamente descartou a
possibilidade de os juros básicos americanos, que estão em
5,25% anuais, serem reduzidos.
Se os juros recuam nos EUA,
cresce a possibilidade de migração de recursos de grandes
investidores dos papéis do Tesouro americano para ativos de
emergentes. Nesse cenário, o
risco-país, que reflete a oscilação dos preços dos títulos da dívida, acaba por recuar.
Ontem o risco-país brasileiro
registrava 156 pontos no fim do
dia, mantendo-se em seus menores patamares históricos.
"Por conta do mercado imobiliário americano, parte do
mercado já trabalhava com a
possibilidade de corte nos juros
do país. A ata acabou por reduzir a probabilidade de que pode
haver uma queda. Não acho que
os juros subam, mas ficou mais
difícil de caírem neste ano", diz
Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB.
O mercado imobiliário dos
EUA tem enfrentado dificuldades -como os problemas com
os financiamentos de segunda
linha-, o que levou analistas a
temerem uma recessão no país
que, por sua vez, poderia acabar
por derrubar a inflação.
Na Europa, as principais Bolsas de Valores recuaram. No
mercado acionário de Paris, a
queda foi de 0,25%; Frankfurt
teve baixa de 0,19%; e Londres
caiu 0,07%.
De olho nas teles
Na primeira hora de pregão,
o índice Ibovespa chegou a
marcar um novo patamar recorde (47.572 pontos), ao subir
0,85%. Mas a divulgação da ata
do Fed estragou o desempenho
do mercado de ações.
A Bovespa chegou a registrar
queda de 1,05% no pior momento do pregão. A forte valorização de ações de diferentes
empresas de telecomunicações
acabou por conter a baixa.
As ações preferenciais da Telemar lideraram as valorizações na Bovespa ontem, marcando ganhos de 11,05%.
Na noite de terça, a Telemar
Participações anunciou plano
para recomprar as ações preferenciais dos acionistas minoritários. Isso motivou a procura
pelos papéis da Telemar, que
foram os mais negociados do
dia, concentrando 12,8% das
operações de ontem.
As ações PN da Vivo também
se destacaram, com alta de
8,84%, seguidas por Telemar
Norte Leste PNA (7,23%) e
Brasil Telecom PN (3,45%).
O mercado tem trabalhado
com a expectativa de que o governo altere as regras do setor e
facilite as fusões entre as companhias de telecomunicações.
Texto Anterior: Aposentadorias acima do mínimo aumentam 3,3% Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|