São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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BC dos EUA vê preocupação com inflação e abate Bolsas

Bovespa tem queda de 0,5%; dólar sobe para R$ 2,039

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A seqüência de altas da Bolsa de Valores de São Paulo foi interrompida ontem. A ata da última reunião do Fed, o banco central dos EUA, estragou o humor dos investidores e puniu os mercados financeiros.
A Bovespa seguiu a rota dos mercados americanos e terminou com perdas de 0,50%.
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,69%; a Nasdaq perdeu 0,74%.
O dólar, que tem sido negociado em seus mais baixos níveis em seis anos, registrou alta de 0,49% ontem, indo a R$ 2,039. No acumulado do ano, a queda do dólar ainda é elevada, totalizando 4,59%.
A ata do Fed, referente à reunião do último dia 21, mostrou que seus dirigentes estão mais preocupados com a evolução da inflação do que se esperava. Isso acabou por decepcionar os que contavam com uma queda nos juros americanos até o fim do semestre. Houve até quem falasse em risco de alta.
"Uma inflação que permaneça nos seus níveis recentes poderia, depois de tudo, ter conseqüências danosas para a economia", ressaltou o documento.
A próxima reunião do Fed ocorrerá em 9 de maio e o mercado praticamente descartou a possibilidade de os juros básicos americanos, que estão em 5,25% anuais, serem reduzidos.
Se os juros recuam nos EUA, cresce a possibilidade de migração de recursos de grandes investidores dos papéis do Tesouro americano para ativos de emergentes. Nesse cenário, o risco-país, que reflete a oscilação dos preços dos títulos da dívida, acaba por recuar.
Ontem o risco-país brasileiro registrava 156 pontos no fim do dia, mantendo-se em seus menores patamares históricos.
"Por conta do mercado imobiliário americano, parte do mercado já trabalhava com a possibilidade de corte nos juros do país. A ata acabou por reduzir a probabilidade de que pode haver uma queda. Não acho que os juros subam, mas ficou mais difícil de caírem neste ano", diz Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB.
O mercado imobiliário dos EUA tem enfrentado dificuldades -como os problemas com os financiamentos de segunda linha-, o que levou analistas a temerem uma recessão no país que, por sua vez, poderia acabar por derrubar a inflação.
Na Europa, as principais Bolsas de Valores recuaram. No mercado acionário de Paris, a queda foi de 0,25%; Frankfurt teve baixa de 0,19%; e Londres caiu 0,07%.

De olho nas teles
Na primeira hora de pregão, o índice Ibovespa chegou a marcar um novo patamar recorde (47.572 pontos), ao subir 0,85%. Mas a divulgação da ata do Fed estragou o desempenho do mercado de ações.
A Bovespa chegou a registrar queda de 1,05% no pior momento do pregão. A forte valorização de ações de diferentes empresas de telecomunicações acabou por conter a baixa.
As ações preferenciais da Telemar lideraram as valorizações na Bovespa ontem, marcando ganhos de 11,05%.
Na noite de terça, a Telemar Participações anunciou plano para recomprar as ações preferenciais dos acionistas minoritários. Isso motivou a procura pelos papéis da Telemar, que foram os mais negociados do dia, concentrando 12,8% das operações de ontem.
As ações PN da Vivo também se destacaram, com alta de 8,84%, seguidas por Telemar Norte Leste PNA (7,23%) e Brasil Telecom PN (3,45%).
O mercado tem trabalhado com a expectativa de que o governo altere as regras do setor e facilite as fusões entre as companhias de telecomunicações.


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