São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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Citigroup afirma que cortes vão afetar Brasil

Instituição anuncia plano que prevê a demissão de 17 mil em todo o mundo

No Brasil, Citibank e a financeira CitiFinancial empregam 7.000 pessoas; grupo elevou investimentos no país no ano passado


TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Citigroup admitiu ontem que vai demitir funcionários no Brasil, segundo a Folha apurou, mas que os cortes não devem ser significativos no país, que recebe forte investimento da instituição desde 2006.
O grupo, o maior do setor bancário nos EUA, anunciou ontem um plano de reestruturação que prevê a demissão de 17 mil pessoas, o equivalente a 5% de sua força de trabalho. O objetivo é reduzir em US$ 4,6 bilhões as despesas anuais nos próximos três anos e ganhar competitividade para enfrentar a concorrência, especialmente o JP Morgan/Chase e o Bank of America.
No Brasil, o Citibank e a financeira CitiFinancial empregam 7.000 pessoas. Mantido o percentual de 5%, as demissões somariam 250. O cronograma de cortes não foi definido.
As demissões chegam um ano após o Citi abrir 50 agências bancárias e 83 lojas de sua financeira no Brasil. No ano passado, o banco também ampliou sua equipe na área de investimentos, com a contratação do executivo Ricardo Lacerda, da Goldman Sachs, que trouxe sua equipe para trabalhar com fusões e aquisições.
O Citi diz que as mudanças reduzirão as despesas, mas foram desenvolvidas também para "aperfeiçoar as operações do banco". "No Brasil, o impacto não será significativo. Sendo um país de hipercrescimento, o Brasil continuará a impulsionar o plano de crescimento orgânico. O banco continuará a recrutar profissionais e a competir pelos melhores talentos", disse o Citi Brasil.
Entre as áreas que podem ser poupadas no Brasil, está a financeira CitiFinancial. Criada há quatro anos, a financeira atua hoje com venda de seguros e crédito popular, dirigidos às classes C e D, inclusive o consignado para aposentados e pensionistas.
As operações do Citigroup no Brasil sempre foram modestas para o tamanho do mercado bancário local. Desde os anos 90, o grupo estudou elevar a presença no país por meio da aquisição de outras instituições, mas acabou preferindo crescer com a abertura de agências próprias.
A diretoria executiva do Citigroup sofre pressão dos acionistas, inclusive o príncipe saudita Alwaleed bin Talal, o maior acionista individual do grupo, a aumentar os lucros. Desde que Charles Prince assumiu o cargo de principal executivo, em outubro de 2003, as ações do Citigroup subiram 13%, o equivalente a 3,6% ao ano. Os papéis do Bank of America e do JP Morgan se valorizaram mais de 30% separadamente no mesmo período.


Com agências internacionais

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