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Citigroup afirma que cortes vão afetar Brasil
Instituição anuncia plano que prevê a demissão de 17 mil em todo o mundo
No Brasil, Citibank e a financeira CitiFinancial empregam 7.000 pessoas;
grupo elevou investimentos no país no ano passado
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Citigroup admitiu ontem
que vai demitir funcionários no
Brasil, segundo a Folha apurou, mas que os cortes não devem ser significativos no país,
que recebe forte investimento
da instituição desde 2006.
O grupo, o maior do setor
bancário nos EUA, anunciou
ontem um plano de reestruturação que prevê a demissão de
17 mil pessoas, o equivalente a
5% de sua força de trabalho. O
objetivo é reduzir em US$ 4,6
bilhões as despesas anuais nos
próximos três anos e ganhar
competitividade para enfrentar a concorrência, especialmente o JP Morgan/Chase e o
Bank of America.
No Brasil, o Citibank e a financeira CitiFinancial empregam 7.000 pessoas. Mantido o
percentual de 5%, as demissões
somariam 250. O cronograma
de cortes não foi definido.
As demissões chegam um
ano após o Citi abrir 50 agências bancárias e 83 lojas de sua
financeira no Brasil. No ano
passado, o banco também ampliou sua equipe na área de investimentos, com a contratação do executivo Ricardo Lacerda, da Goldman Sachs, que
trouxe sua equipe para trabalhar com fusões e aquisições.
O Citi diz que as mudanças
reduzirão as despesas, mas foram desenvolvidas também para "aperfeiçoar as operações do
banco". "No Brasil, o impacto
não será significativo. Sendo
um país de hipercrescimento, o
Brasil continuará a impulsionar o plano de crescimento orgânico. O banco continuará a
recrutar profissionais e a competir pelos melhores talentos",
disse o Citi Brasil.
Entre as áreas que podem ser
poupadas no Brasil, está a financeira CitiFinancial. Criada
há quatro anos, a financeira
atua hoje com venda de seguros e crédito popular, dirigidos
às classes C e D, inclusive o
consignado para aposentados e
pensionistas.
As operações do Citigroup
no Brasil sempre foram modestas para o tamanho do mercado bancário local. Desde os
anos 90, o grupo estudou elevar a presença no país por meio
da aquisição de outras instituições, mas acabou preferindo
crescer com a abertura de
agências próprias.
A diretoria executiva do Citigroup sofre pressão dos acionistas, inclusive o príncipe saudita Alwaleed bin Talal, o
maior acionista individual do
grupo, a aumentar os lucros.
Desde que Charles Prince assumiu o cargo de principal executivo, em outubro de 2003, as
ações do Citigroup subiram
13%, o equivalente a 3,6% ao
ano. Os papéis do Bank of America e do JP Morgan se valorizaram mais de 30% separadamente no mesmo período.
Com agências internacionais
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