São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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Diminui retorno salarial por mais anos de estudo

DA SUCURSAL DO RIO

Outra constatação que aparece em vários artigos do livro que o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) vai lançar amanhã é que o retorno salarial para cada ano adicional de escolaridade caiu.
À primeira vista, constatar que o investimento em educação está trazendo retornos menores pode parecer uma péssima notícia.
No entanto, essa queda acontece por uma razão benéfica para a diminuição da desigualdade: os mais pobres estão melhorando sua escolaridade em ritmo mais acelerado do que os mais ricos.
Os pesquisadores Nanak Kakwani, Marcelo Neri e Hyun Son, do Pnud e da FGV, mostram que, de 1995 a 2004, a escolaridade média dos mais pobres no Brasil cresceu a uma taxa de 4,66%, enquanto a taxa de crescimento em toda a população foi de 3,05%.
Os autores destacam que esse crescimento a favor dos mais pobres se deu principalmente no período de 2001 a 2004, o que ajuda a explicar porque nesse intervalo a redução da desigualdade foi mais acentuada.
Nesses últimos quatro anos, a taxa de crescimento da escolaridade entre os mais pobres foi de 5,09%, ante 3,17% verificado no total da população.
Essa mesma conclusão consta do trabalho que deu origem às discussões sobre o livro -organizado por Ricardo Paes de Barros, Miguel Nathan Foguel e Gabriel Ulyssea.
No capítulo introdutório, conclui-se que "a força de trabalho tornou-se ligeiramente mais homogênea entre 2001 e 2004" e que "as diferenças de remuneração por nível educacional caíram consideravelmente no mesmo período."
Os autores constatam ainda que esse é um fenômeno recente. "Até 2001, a desigualdade educacional vinha aumentando e, portanto, não contribuía para a queda da desigualdade em remuneração do trabalho ocorrida até esse ano.
Por ser um evento recente, a homogeneização explica em parte a queda mais intensa da desigualdade de remuneração do trabalho ocorrida nos últimos anos", diz o texto do livro.


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