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Diminui retorno salarial por mais anos de estudo
DA SUCURSAL DO RIO
Outra constatação que
aparece em vários artigos do
livro que o Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada) vai lançar amanhã é que o
retorno salarial para cada
ano adicional de escolaridade caiu.
À primeira vista, constatar
que o investimento em educação está trazendo retornos
menores pode parecer uma
péssima notícia.
No entanto, essa queda
acontece por uma razão benéfica para a diminuição da
desigualdade: os mais pobres
estão melhorando sua escolaridade em ritmo mais acelerado do que os mais ricos.
Os pesquisadores Nanak
Kakwani, Marcelo Neri e
Hyun Son, do Pnud e da
FGV, mostram que, de 1995 a
2004, a escolaridade média
dos mais pobres no Brasil
cresceu a uma taxa de 4,66%,
enquanto a taxa de crescimento em toda a população
foi de 3,05%.
Os autores destacam que
esse crescimento a favor dos
mais pobres se deu principalmente no período de 2001
a 2004, o que ajuda a explicar
porque nesse intervalo a redução da desigualdade foi
mais acentuada.
Nesses últimos quatro
anos, a taxa de crescimento
da escolaridade entre os
mais pobres foi de 5,09%, ante 3,17% verificado no total
da população.
Essa mesma conclusão
consta do trabalho que deu
origem às discussões sobre o
livro -organizado por Ricardo Paes de Barros, Miguel
Nathan Foguel e Gabriel
Ulyssea.
No capítulo introdutório,
conclui-se que "a força de
trabalho tornou-se ligeiramente mais homogênea entre 2001 e 2004" e que "as diferenças de remuneração
por nível educacional caíram
consideravelmente no mesmo período."
Os autores constatam ainda que esse é um fenômeno
recente. "Até 2001, a desigualdade educacional vinha
aumentando e, portanto, não
contribuía para a queda da
desigualdade em remuneração do trabalho ocorrida até
esse ano.
Por ser um evento recente,
a homogeneização explica
em parte a queda mais intensa da desigualdade de remuneração do trabalho ocorrida
nos últimos anos", diz o texto
do livro.
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