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Auditores da Receita decidem manter greve
Advogados da União suspendem paralisação
JULIANA ROCHA
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com a decisão do governo federal de descontar do
salário de funcionários públicos da Receita e da AGU (Advocacia Geral da União) os dias de
greve neste mês, os auditores
fiscais decidiram ontem que
vão manter os braços cruzados.
Os advogados e defensores públicos da União, no entanto,
suspenderam a paralisação.
Nova assembléia dos auditores está marcada para a próxima segunda-feira e, segundo o
sindicato, 3.000 servidores deverão participar do encontro.
Ontem, foi realizada uma
reunião em Brasília com cerca
de 450 auditores fiscais. Ficou
decidido que, na assembléia de
segunda-feira, esse grupo vai
sugerir que a greve continue. O
presidente do Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores
Fiscais da Receita Federal), Pedro Delarue, já havia ameaçado
começar uma operação padrão,
para atrasar os trabalhos, se a
paralisação terminasse.
O sindicato voltou ontem a
criticar o Ministério do Planejamento pela decisão de cortar
o ponto. O presidente do Unafisco disse que vai recorrer da
decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de permitir ao
governo que desconte os dias
não trabalhados dos grevistas.
"Não fomos notificados pelo
Supremo ainda, mas, assim que
a notificação chegar, vamos recorrer", afirmou.
Os auditores fiscais da Receita em greve querem aumento
do teto salarial de R$ 13,4 mil
para R$ 19 mil, que representa
o mais alto salário do Executivo. Atualmente, são 12 mil auditores fiscais ativos, dos quais
30% continuam trabalhando.
Os advogados e defensores
públicos da União, representados pelo Fórum Nacional da
Advocacia Pública Federal, realizaram ontem e anteontem assembléias em todo o país. Sob a
iminência de descontos nos salários, decidiram suspender a
greve. Seus representantes
também afirmam que irão recorrer da decisão e, se o reajuste salarial não ocorrer após a
suspensão da greve, ameaçam
retomar as paralisações.
"O Ministério do Planejamento afirmou que a greve prejudicava o andamento das negociações. Agora, com a suspensão, esperamos que o acordo [para elevar os salários] seja
cumprido", disse José Kozima,
presidente da Anauni (Associação Nacional dos Advogados da
União). Eles reivindicam aumento do teto salarial de R$
14,9 mil para R$ 19 mil.
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