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MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Trem-bala terá uma primeira etapa até São José dos Campos
A pré-candidata do PT à Presidência e ex-ministra da Casa
Civil, Dilma Rousseff, afirma
que o trem-bala sai do papel e
que, numa primeira etapa, irá
só até São José dos Campos, no
Vale do Paraíba. O trajeto completo, inicialmente previsto, liga as cidades de Campinas, São
Paulo e Rio de Janeiro, passando por São José.
"A primeira fase vai até São
José dos Campos, que tem um
aeroporto de tamanho de porte
internacional. É preciso ter novos aeroportos com custo menor. Além disso, você revitaliza
Viracopos", diz Dilma.
No Rio de Janeiro, a expectativa era a de que as obras começassem concomitantemente
nos dois Estados, para que os
cariocas não corressem o risco
de ficar de fora do projeto. O
trecho no Estado do Rio é, no
entanto, considerado o de
maior custo.
Para a ex-ministra, a ligação
entre Rio e São Paulo é importante porque as duas cidades
estão ficando inviáveis e com
pouco espaço para expandir a
construção de casas populares.
" Primeiro, por uma questão
de logística, entre essas duas
regiões metropolitanas. Esse
tipo de distância e o tamanho
dessas regiões são típicos para
esse tipo de trem", diz Dilma. O
tempo de deslocamento permite a concorrência do trem-bala
com o avião e o ônibus, afirma.
O trem criará, de acordo com
estimativas da pré-candidata
petista, regiões alternativas de
construção de moradias, de estabelecimentos comerciais,
"novos polos de crescimento".
"Hoje, o problema em São
Paulo e no Rio é que não temos
terrenos baratos. Em alguns lugares, não tem nem terreno,
mesmo que se queira pagar o
preço [solicitado]", afirma.
"Quando você cria o trem-
-bala, muda a forma de tráfego
de pessoas nessas regiões."
Dilma rebate críticas de que
há obras mais necessárias, como terminais nos aeroportos
de Guarulhos e Congonhas.
"Não tem espaço para expandir nem Cumbica nem Congonhas. Tem o problema de aproximação. Deixaram uma parte
da cidade tomar conta do aeroporto", afirma, acrescentando
que obras viáveis não seriam
suficientes para as necessidades existentes.
"Você até consegue fazer um
terceiro terminal, e consegue
melhorá-lo, mas não uma terceira pista da proporção do que
seria necessário para o volume
de tráfego aéreo para São Paulo. Você passa então a ter como
hipóteses Viracopos e São José
dos Campos", diz.
Dilma também refuta o argumento de alguns setores de que
o problema de transporte entre
São Paulo e Rio não é de pessoas e, sim, de cargas.
"Todos os países do mundo,
do porte do nosso, com regiões
metropolitanas vizinhas, tomaram essa decisão [de construir
o trem-bala], que melhorou o
trânsito dessas regiões", diz.
"São Paulo está inviável, o
Rio está ficando. Fazendo isso,
você melhora o trânsito interno. Você pega o trem e vai para
o centro da cidade, para dentro
da cidade", acrescenta.
Dilma cita o exemplo do Japão, um dos países que demonstraram interesse em participar do trem-bala brasileiro.
"É o que fez com que o eixo de
Tóquio se deslocasse", diz, ao
mencionar o problema de espaço para construir moradias ou
prédios comerciais. "Hoje, se
deslocam ao longo do caminho,
e permite fazer polos [de desenvolvimento]."
"Faixa inferior do Minha Casa é atraente"
Dentro do Minha Casa,
Minha Vida, até agora são
poucos os empreendimentos
destinados às famílias com
renda entre zero e três salários mínimos. Mas, na opinião da pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, essa realidade vai mudar com a
fase dois do programa, lançada em março pelo governo.
"Por que as construtoras
descobriram que essa faixa é
um grande negócio? Porque
a gente banca, é subsídio direto na veia", diz. "Para não
desviar do seu objetivo, a
Caixa faz o pagamento contra a unidade, financia quem
vai ficar com a casa. No [que
tange a] capital de giro, ela [a
construtora] pode ter acesso.
Você elimina problemas de
desvios no financiamento do
imóvel e o subsídio vai direto
para o subsidiado, o proprietário." Daqui para a frente,
não haverá nenhuma política habitacional fora desse
modelo, segundo Dilma.
EMBREAGEM
A Assurant Solutions acaba de fechar parceria com os
grupos distribuidores de veículos UAB Motors, Caoa e
Itavema para iniciar em São Paulo a distribuição de garantia estendida e proteção financeira para carros. Com
as parcerias, a seguradora inaugura sua entrada no mercado de distribuição automotiva de São Paulo. "Já estamos presentes em Curitiba, Rio, Belo Horizonte, Porto
Alegre, Fortaleza, Brasília e dobramos o número de pontos de venda nos últimos seis meses", diz Luciano Groch,
diretor da divisão automotiva da Assurant Solutions. De
acordo com ele, o novo negócio importa para o segmento
automotivo o conceito de seguro massificado já muito difundido no varejo, onde atua em parceria com redes de
supermercados, lojas de departamento e eletroeletrônicos. A garantia estendida é similar à de fábrica e cobre
despesas por problemas mecânicos nos veículos. O seguro proteção financeira quita parcelas ou o valor integral
do carro financiado, em caso de morte natural ou acidental ou por invalidez permanente da pessoa que adquirir
um veículo na concessionária.
MAIS CRÉDITO
A Caixa Econômica Federal registrou, no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 7,3% nos empréstimos
a consumidores e empresas. Para 2010, a expectativa é de
uma alta de 30%, a ser favorecida pela parceria com o
banco PanAmericano, que deve ter início nos próximos
30 dias. "Pensamos em rever essa estimativa porque com
a entrada dos 22 mil pontos de venda do PanAmericano, o
crédito, impulsionado pelo imobiliário, deverá crescer
ainda mais", diz Márcio Percival, vice-presidente da Caixa
Econômica Federal.
Infraestrutura leva índice
de investimentos a recorde
O bom momento da economia reflete no maior apetite das
empresas em investir no país.
O índice de intenção de investimento, calculado pela
Tendências Consultoria, atingiu o recorde de 156,54 pontos
em março. O indicador é considerado termômetro do humor
das empresas em relação à decisão de investir no Brasil.
Criado em 2005, o índice é
calculado com base nos investimentos anunciados pelas empresas por meio da mídia, ponderado pelo valor.
"O fato de as empresas aumentarem os investimentos reflete uma confiança maior na
economia brasileira", diz Bruno Rezende, da Tendências.
Os setores da área de infraestrutura foram os que mais
anunciaram aplicação de recursos no primeiro trimestre
deste ano. Os destaques foram
construção civil, energia elétrica e transporte e logística.
A preferência pelos segmentos ligados à infraestrutura é
atribuída aos megaeventos esportivos que o Brasil receberá
nos próximos anos e à necessidade de ampliação da capacidade de escoamento de commodities, segundo Rezende.
A tendência para os próximos meses é de aumento dos
investimentos. "O crescimento
do crédito e da renda deve continuar atraindo capital produtivo ao país", diz o economista.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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