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São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2003

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CRISE NO AR

Controle seria dividido entre estatais e setor privado

Previ pode ser convocada para participar da fusão Varig/TAM

FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não será o único a ser chamado para capitalizar a empresa que surgir da fusão Varig/TAM.
A Folha Online apurou que os responsáveis pela fusão pretendem incluir no capital societário da nova companhia grandes fundos de pensão, como a Previ (caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil), que possui um patrimônio de cerca de US$ 40 bilhões.
A entrada da Previ no capital da Varig/TAM é vista dentro do governo como uma alternativa para evitar uma "estatização branca" da nova companhia.
O governo estuda ainda convidar grandes bancos, como o Bradesco e o Itaú, para participar do capital da nova empresa.
Com a Previ e mais bancos nacionais, o controle majoritário seria dividido entre empresas controladas pelo governo -como BR Distribuidora, BB e Infraero- e outras do setor privado.
Os responsáveis pelas decisões de investimentos da Previ afirmaram que ainda não receberam nenhuma proposta sobre a operação de capitalização da Varig/ TAM.
"Não é do meu conhecimento. Não recebemos nenhuma proposta desse tipo até agora", disse o diretor de investimentos da Previ, Luiz Aguiar.
Segundo o diretor de participações da Previ, Renato Chaves, não existem planos de investimento no setor aéreo para este ano. "Não temos investimentos desse tipo programados para 2003. No entanto, quem cuida desse assunto é a diretoria de investimentos", disse Chaves.
O integrante do conselho administrativo da FRB-Par (Fundação Ruben Berta) -controladora da Varig-, Gilmar Carneiro, disse que a idéia de trazer fundos de pensão e bancos para a nova companhia é interessante para todos os envolvidos nas negociações.
"Os fundos e bancos têm dinheiro sobrando. Podem investir uma parte na nova companhia, que, mais tarde, depois de seu saneamento, será muito atrativa para o mercado", disse.

Pulverização
O governo federal deve colocar à venda as ações da nova companhia aérea que surgir a partir da fusão entre a Varig e a TAM dentro de dois anos.
Esse é o prazo estipulado para que a operação de fusão, combinada com um novo marco regulatório para o setor aéreo, possa resultar no saneamento das duas companhias.
Depois do saneamento, o governo estuda pulverizar as ações da companhia e permitir que os trabalhadores, por meio do FGTS, possam comprar parte da nova empresa. A operação seria semelhante à venda das ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce com recursos do FGTS.
Segundo Carneiro, a maior preocupação do governo é evitar que o controle da nova companhia aérea caia nas mãos de empresas de capital internacional.


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