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MERCADO FINANCEIRO
Para especialista, se IPCA ficar abaixo de 1,1%, crescerá a possibilidade de o Copom cortar a Selic
Investidor espera inflação de olho no juro
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais uma semana com importantes dados sobre a inflação,
o mercado estará atento aos novos resultados dos índices de preços, mas já de olho no Copom.
Os indicadores devem alimentar as expectativas para a próxima
reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária do Banco Central), marcada para a próxima semana, nos dias 20 e 21. Será definida a taxa de juros básicos da
economia.
Analistas esperam redução no
crescimento da inflação nos cinco
indicadores que saem nesta semana. Os resultados mais esperados
serão conhecidos amanhã, o
INPC (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor) e o IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Aberto), ambos de abril.
A expectativa do mercado é que
o IPCA aponte alta de 1%, contra
o resultado anterior de elevação
de 1,23%.
"Se vier abaixo de 1,1%, os defensores do corte dos juros ganham um reforço", diz Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco
Asset Management).
Também amanhã será divulgado o IPC (Índice de Preços ao
Consumidor) da Fipe, relativo à
primeira quadrissemana de maio.
O indicador poderá apresentar alta de 0,4% a 0,5% (o anterior registrou elevação de 0,81%), refletindo a queda dos preços dos
combustíveis.
No mesmo dia, sai o IGP-DI.
Analistas esperam alta de 0,75% a
0,80%, contra o resultado anterior
de 1,66%.
Hoje será conhecida a primeira
prévia de maio do IGP-M. Embora grande parte de executivos de
bancos e corretoras afirme que o
Copom poderá reduzir juros na
próxima reunião, uma parcela de
analistas ainda defende a manutenção da taxa Selic.
Bolsa e risco
O Ibovespa (Índice da Bolsa de
Valores de São Paulo) e o prêmio
de risco/C-Bond que sempre tiveram alta correlação têm abandonado essa tendência observada na
série histórica.
O esperado era que os dois ativos navegassem em um certo canal, em torno da reta média, de
tendência.
A conclusão da análise feita pelo
departamento de pesquisa da
UAM é que "um dos preços dos
dois ativos estaria em desajuste",
afirma Simino.
"Ou os dois preços estariam distorcidos", diz Gregório Rodriguez, da corretora Socopa.
Para ele, o mercado teria exagerado na valorização do C-Bond,
enquanto a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) estaria atrasada em relação aos demais ativos.
O risco-país caiu de 2.436 pontos em setembro de 2002 para 737
pontos na sexta-feira passada.
Neste dia, o C-Bond fechou cotado a US$ 0,91, seu maior valor histórico.
A Bovespa registra alta de
14,66% no ano. Apesar da alta valorização, uma parcela de analistas, como Rodriguez, afirma que
ainda haveria espaço para a Bolsa
paulista subir.
"Alguém acreditaria se eu dissesse no ano passado que o C-Bond teria essa valorização, o risco-país cairia tanto e o dólar recuaria para R$ 2,875, seu menor
valor desde julho de 2002? A Bolsa
subiu pouco em comparação aos
outros ativos", diz um analista.
Segundo Simino, da UAM, Bolsa e C-Bond receberiam fluxos de
investimentos diferentes. Para ele,
depois da euforia, os investidores
vão querer saber de crescimento.
"A Bovespa ainda está barata
em relações a outras Bolsas. A variação cambial abaixo de R$ 2,90,
muito próxima de R$ 2,80, começa a atrapalhar a evolução da Bovespa", diz Rodriguez.
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