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São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Para especialista, se IPCA ficar abaixo de 1,1%, crescerá a possibilidade de o Copom cortar a Selic

Investidor espera inflação de olho no juro

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em mais uma semana com importantes dados sobre a inflação, o mercado estará atento aos novos resultados dos índices de preços, mas já de olho no Copom.
Os indicadores devem alimentar as expectativas para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), marcada para a próxima semana, nos dias 20 e 21. Será definida a taxa de juros básicos da economia.
Analistas esperam redução no crescimento da inflação nos cinco indicadores que saem nesta semana. Os resultados mais esperados serão conhecidos amanhã, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Aberto), ambos de abril.
A expectativa do mercado é que o IPCA aponte alta de 1%, contra o resultado anterior de elevação de 1,23%.
"Se vier abaixo de 1,1%, os defensores do corte dos juros ganham um reforço", diz Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco Asset Management).
Também amanhã será divulgado o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, relativo à primeira quadrissemana de maio. O indicador poderá apresentar alta de 0,4% a 0,5% (o anterior registrou elevação de 0,81%), refletindo a queda dos preços dos combustíveis.
No mesmo dia, sai o IGP-DI. Analistas esperam alta de 0,75% a 0,80%, contra o resultado anterior de 1,66%.
Hoje será conhecida a primeira prévia de maio do IGP-M. Embora grande parte de executivos de bancos e corretoras afirme que o Copom poderá reduzir juros na próxima reunião, uma parcela de analistas ainda defende a manutenção da taxa Selic.

Bolsa e risco
O Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) e o prêmio de risco/C-Bond que sempre tiveram alta correlação têm abandonado essa tendência observada na série histórica.
O esperado era que os dois ativos navegassem em um certo canal, em torno da reta média, de tendência.
A conclusão da análise feita pelo departamento de pesquisa da UAM é que "um dos preços dos dois ativos estaria em desajuste", afirma Simino.
"Ou os dois preços estariam distorcidos", diz Gregório Rodriguez, da corretora Socopa.
Para ele, o mercado teria exagerado na valorização do C-Bond, enquanto a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) estaria atrasada em relação aos demais ativos.
O risco-país caiu de 2.436 pontos em setembro de 2002 para 737 pontos na sexta-feira passada. Neste dia, o C-Bond fechou cotado a US$ 0,91, seu maior valor histórico.
A Bovespa registra alta de 14,66% no ano. Apesar da alta valorização, uma parcela de analistas, como Rodriguez, afirma que ainda haveria espaço para a Bolsa paulista subir.
"Alguém acreditaria se eu dissesse no ano passado que o C-Bond teria essa valorização, o risco-país cairia tanto e o dólar recuaria para R$ 2,875, seu menor valor desde julho de 2002? A Bolsa subiu pouco em comparação aos outros ativos", diz um analista.
Segundo Simino, da UAM, Bolsa e C-Bond receberiam fluxos de investimentos diferentes. Para ele, depois da euforia, os investidores vão querer saber de crescimento.
"A Bovespa ainda está barata em relações a outras Bolsas. A variação cambial abaixo de R$ 2,90, muito próxima de R$ 2,80, começa a atrapalhar a evolução da Bovespa", diz Rodriguez.


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