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São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2003

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Etiqueta de segurança na origem pode virar padrão

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma "guerra das etiquetas" acontece atualmente entre supermercados, fornecedores e empresas de segurança. Algumas grandes redes, com o objetivo de diminuir os gastos com etiquetas antifurto e acabar com os casos de quem burla os sistemas de segurança, sugerem que os produtos já venham etiquetados da fábrica.
O principal argumento do NEO (Núcleo de Etiquetagem na Origem), formado por dez grupos varejistas, entre eles Pão de Açúcar e Wal-Mart, é que alguns produtos são tão visados que têm de ser confinados. Isso inibiria a compra por impulso e faria as vendas despencarem, caindo em média 40%. O que afetaria também o lucro das indústrias.
O problema é que atualmente há dois sistemas de segurança implantados nos supermercados: o magnético, adotado apenas pela empresa de segurança Plastrom Sensormatic, que tem 60% do mercado brasileiro; e o de radiofrequência, operado por 12 empresas. A maior é a CheckPoint.
Para que a etiquetagem na origem seja possível, é preciso definir um padrão, já que seria oneroso para os supermercados implantar os dois sistemas.
Essa é a grande dificuldade. Segundo analistas, quem defende o sistema magnético afirma que ele é utilizado pela maioria das grandes redes de supermercados. Mas os supermercados temem ficar na mão de uma única empresa de equipamentos de segurança.
A pressão para que o produto venha da indústria já com a etiqueta antifurto é grande. Alguns grupos, como o Pão de Açúcar, já têm fornecedores que adotam o sistema e não aceitam novos fornecedores que não realizem a etiquetagem na origem.

Custos
Apesar do argumento financeiro a favor da etiquetagem na origem, os custos de adaptação da linha de produção e os diferentes sistemas de segurança desanimam os fornecedores. Eles não consideram a solução interessante a curto prazo.
"A médio prazo a etiquetagem na origem deve se tornar um padrão. Mas não é algo previsto para agora", afirma Vladimir Bastos de Carvalho, gerente de trade marketing da Johnson & Johnson.
A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) pretende realizar um fórum neste ano para que o assunto seja discutido pelo setor. (MP)


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