São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2008

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Mercado espera índice de inflação dos EUA

Variação de preço pode indicar rumo da taxa de juros

DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma semana marcada pela divulgação de índices de preços desanimadores no Brasil, o mercado financeiro deve se voltar para o cenário internacional nos próximos dias.
A agenda econômica norte-americana trará amanhã novo discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos EUA). Na quinta-feira pela manhã, Bernanke voltará a fazer declarações. Os discursos do presidente do Fed sempre podem gerar agitação no mercado. Qualquer sinal dele em relação ao futuro da política monetária pode sacudir as Bolsas de Valores.
Dentre os dados econômicos norte-americanos, amanhã devem ser divulgados os números de vendas do varejo e os estoques de empresas.
A quarta-feira tende a ser o dia mais agitado. Primeiro, haverá a divulgação de estoques de petróleo nos EUA. O barril do produto bateu na sexta-feira, pela primeira vez, em US$ 126 e trouxe desconforto. Se o petróleo sobe, acaba por ter impactos nos índices de inflação.
Nesse dia, também será divulgado o CPI (índice de preços ao consumidor americano). Como o mercado não sabe que rumo tomarão os juros nos EUA, o índice de inflação é importante para que novas avaliações sejam feitas.
"Para essa semana, a atenção dos agentes financeiros estará voltada para o CPI na quarta-feira e dados do setor imobiliário norte-americano na sexta-feira. Na agenda interna, destacamos a divulgação de balanços corporativos", dizem os analistas da Coinvalores.
No Brasil, a semana começa com o IPC da Fipe da primeira semana de maio.
A semana passada foi marcada pelo susto dado por índices de preços no Brasil.
Na sexta-feira passada, a divulgação do IPCA, que registrou elevação de 0,55% em abril, mexeu com o mercado futuro de juros.
As taxas dos contratos DI tiveram expressivas elevações na semana na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
"As surpresas negativas dos últimos índices de inflação e a persistência de indicadores de atividade econômica aquecida reduzem as chances de termos um ciclo de alta de juros de baixa magnitude", avalia Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
A taxa do contrato DI -Depósito Interfinanceiro, que aponta as expectativas futuras- que vence daqui a 20 meses subiu de 13,57% para 14,33% na semana passada.
Em um outro contrato muito negociado, com vencimento na virada do ano, a taxa subiu de 12,79% a 13,11% na semana.
"É inegável reconhecer a deterioração do cenário econômico desde a última reunião do Copom, o que aumenta as chances de o Banco Central precisar implementar um ciclo de aperto monetário mais extenso do que o inicialmente esperado", diz Ansanelli. "Com as fortes altas que temos visto nos preços ao atacado, tanto nas commodities agrícolas quanto metálicas, não devemos ter alívio na inflação ao consumidor no curto prazo", completa.
A taxa básica da economia, a Selic, está hoje em 11,75% anuais. Segundo pesquisa do Banco Central realizada junto a cem instituições financeiras, a expectativa é que a taxa Selic esteja em 13% no fim do ano.
Mas com as novas pressões inflacionárias é possível que as previsões para a taxa básica sejam ainda mais elevadas.
Na quarta, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou que o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) saltou de 0,70% em março para 1,12% em abril. A alta dos produtos industriais no atacado foi o principal vilão do índice.


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