Empresas passam a diversificar as opções para atender as pessoas físicas que querem investir em papéis

DENISE MENCHEN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Responsável por 25,88% do volume negociado na Bovespa em abril, a pessoa física ganha importância no mercado. Em 2007, o número de investidores individuais na Bolsa subiu 107,8%, para 456.557. Em 2000, eram apenas 76.607.
Mais fortes, atraem a atenção e ganham equipes exclusivas de atendimento em várias empresas, que vêem na expansão um componente importante para o aumento da liquidez e a valorização de seus papéis.
"Há um entendimento global de que o aumento da participação desse investidor no mercado de capitais é uma tendência", diz o presidente da consultoria Firb (Financial Investor Relations Brazil), Arleu Anhalt.
Nos EUA, eles já respondem por quase metade do volume negociado. No Brasil, a participação ainda é bem menor, mas o potencial para crescimento é grande. Segundo a Bovespa, o número de domicílios no país com rendimento médio mensal superior a 20 salários mínimos chega a 1,6 milhão- quase o quádruplo do total de pessoas que já atuam na Bovespa.
A tendência é verificada também nas "blue chips" (ações de maior liquidez) do mercado. A Petrobras, empresa mais negociada nos pregões da Bolsa, viu o número de seus acionistas pessoa física aumentar em 123 mil desde setembro de 2005. Hoje, os cerca de 332 mil investidores individuais representam 92% do total e respondem por 10% do capital social.
Para atender a esse público, a companhia criou em 2002 uma gerência para o relacionamento com o investidor pessoa física. A equipe responde dúvidas por e-mail ou telefone e promove chats após a divulgação de informações importantes.
Segundo Campos, o didatismo é fundamental. "A pessoa física muitas vezes não tem ainda a cultura de investimento."
Ele diz que as principais dúvidas dizem respeito aos riscos do investimento, às perspectivas de crescimento da companhia e da rentabilidade das ações e à política de dividendos.
Na Vale, pessoas físicas são atendidas em agências do Bradesco e na companhia. Segundo a Vale, que tem mais de 180 mil acionistas pessoa física, são feitos em média 550 atendimentos ao mês. Entre fevereiro de 2007 e o mesmo mês de 2008, o aumento foi de 200%.


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