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BC atua, mas dólar cai para R$ 2,059
Cotação atinge menor valor em 7 meses, apesar de autoridade monetária ter voltado a vender moeda
Em meio ao ingresso de recursos, analistas veem
espaço para queda maior,
mas tendência pode mudar se houver notícias negativas
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de mais uma intervenção do Banco Central no
mercado de câmbio, o dólar comercial teve queda de 0,44%
ontem e terminou o dia vendido a R$ 2,059. Essa é a menor
cotação da moeda americana
desde 3 de outubro de 2008. No
mês, a baixa chega a 5,59%.
"Além de a balança comercial
apresentar superávits, num desempenho melhor do que se
imaginava, o pico do desespero
do mercado financeiro mundial passou", afirma Marcos
Forgione, gerente de operações
da B&T Corretora de Câmbio.
Dessa maneira, os grandes
investidores, que no primeiro
momento da crise correram
para tirar seu dinheiro de onde
estivesse para comprar títulos
do Tesouro americano -os
quais são considerados uma
aplicação relativamente segura-, tornam a se preocupar em
conseguir bons rendimentos e
se permitem olhar em volta novamente.
O Brasil continua aparecendo nos primeiros lugares da lista de destinos interessantes
porque, embora o BC tenha
cortado os juros da economia
do país em 3,5 pontos percentuais desde dezembro, a sua taxa básica continua entre as
maiores do mundo.
A Bolsa de Valores brasileira
também oferece perspectivas
atraentes, segundo analistas. O
país não tem sofrido com a crise tanto quanto outras nações,
e isso em boa parte se deve a
boas políticas econômicas implementadas ao longo dos últimos anos -além de vislumbrarem a possibilidade de lucros
com os papéis, os investidores
sentem maior confiança para
colocar seus recursos no país,
portanto.
Mesmo assim, Forgione acha
que é demasiado cedo para falar em uma tendência para o
dólar comercial. "Acho que tem
espaço para as cotações recuarem mais. No entanto, se sair
alguma notícia ruim no exterior, pode haver uma reversão
da curva tão rapidamente
quanto aconteceu no ano passado", afirma.
O real tem acompanhado,
ainda, a variação dos preços das
commodities. A perda de valor
do dólar faz com que os investidores comprem ativos palpáveis, como metais e produtos
agrícolas, movimento do qual a
moeda brasileira se beneficia,
pelo fato de o país ser um grande exportador desses itens.
De acordo com operadores, o
volume de divisas vendido pelo
BC no mercado à vista na segunda-feira ficou entre US$ 90
milhões e US$ 100 milhões,
cerca de um terço do negociado
nas operações realizadas na semana passada. Como o fluxo de
entrada de moeda americana se
encontra elevado, a atuação
não consegue impedir a valorização do real, apenas impedir
uma queda mais acentuada.
"A intenção do BC é reforçar
as reservas internacionais brasileiras, aproveitando a oportunidade", afirma Forgione.
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