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BC vê meta de aperto fiscal maior em 2010
DO ENVIADO A BASILEIA
Diante dos primeiros sinais de que o pior da crise já
pode ter passado, os presidentes dos bancos centrais
dedicaram boa parte das reuniões do BIS (Banco de Compensações Internacionais)
em Basileia (Suíça), encerradas ontem, a discutir "estratégias de saída" das turbulências. Para o Brasil, a primeira delas seria o retorno à
meta de superávit primário
(economia para o pagamento
de juros) para 3,8% em 2010.
"Essa já é uma estratégia
de saída claramente definida", disse o presidente do
BC, Henrique Meirelles. Para ele, a recuperação da atividade econômica promoverá
"um reequilibro automático"
da arrecadação e a volta à
meta do superávit primário
para 3,8%.
Por conta de políticas de
combate à crise, o governo
diminuiu a meta deste ano
do superávit primário de
3,3% do PIB para 2,5%. Isso
causou preocupação de alguns setores com o equilíbrio fiscal do governo. Mas
Meirelles se mostrou otimista em relação ao retorno, em
2010, à meta de 3,8%.
O presidente do Banco
Central acrescentou que a
arrecadação também deve
aumentar porque as isenções
fiscais hoje em vigor "em certo momento não serão mais
necessárias".
Na reunião com presidentes de outros bancos centrais, segundo Meirelles, o
Brasil foi apontado como um
dos países cuja retomada
apontam para a aproximação
de um "ponto de inflexão" da
economia mundial. A recuperação dos EUA viria com
"certa defasagem", acrescentou ele, e a da Europa, "só
mais tarde".
Meirelles lembrou que o
desempenho do país nos dois
primeiros trimestres ainda
reflete um movimento de
queda e que só em setembro
a melhora será visível. Depois do declínio acentuado
dos últimos meses, Meirelles
prevê uma recuperação gradual, numa parábola em formato de "u".
Um das reuniões foi dedicada à regulação do sistema
financeiro. Meirelles apresentou proposta para tornar
mais transparente o mercado de derivativos, estopim da
crise financeira mundial iniciada nos EUA. O combate
aos paraísos fiscais também
foi discutido. "O Brasil defende a máxima restrição."
Mais tarde, o presidente
do BC italiano, Mario Draghi, que dirige o Fundo de
Estabilidade Financeira,
apresentou outras ideias.
Entre elas a de estabelecer
um sistema de monitoramento para medir o risco dos
bancos. O princípio é o de
que, quanto maior o lucro,
maior seja a alocação de capital para garantir empréstimos.
(MN)
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