São Paulo, terça-feira, 12 de maio de 2009

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BC vê meta de aperto fiscal maior em 2010

DO ENVIADO A BASILEIA

Diante dos primeiros sinais de que o pior da crise já pode ter passado, os presidentes dos bancos centrais dedicaram boa parte das reuniões do BIS (Banco de Compensações Internacionais) em Basileia (Suíça), encerradas ontem, a discutir "estratégias de saída" das turbulências. Para o Brasil, a primeira delas seria o retorno à meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros) para 3,8% em 2010.
"Essa já é uma estratégia de saída claramente definida", disse o presidente do BC, Henrique Meirelles. Para ele, a recuperação da atividade econômica promoverá "um reequilibro automático" da arrecadação e a volta à meta do superávit primário para 3,8%.
Por conta de políticas de combate à crise, o governo diminuiu a meta deste ano do superávit primário de 3,3% do PIB para 2,5%. Isso causou preocupação de alguns setores com o equilíbrio fiscal do governo. Mas Meirelles se mostrou otimista em relação ao retorno, em 2010, à meta de 3,8%.
O presidente do Banco Central acrescentou que a arrecadação também deve aumentar porque as isenções fiscais hoje em vigor "em certo momento não serão mais necessárias".
Na reunião com presidentes de outros bancos centrais, segundo Meirelles, o Brasil foi apontado como um dos países cuja retomada apontam para a aproximação de um "ponto de inflexão" da economia mundial. A recuperação dos EUA viria com "certa defasagem", acrescentou ele, e a da Europa, "só mais tarde".
Meirelles lembrou que o desempenho do país nos dois primeiros trimestres ainda reflete um movimento de queda e que só em setembro a melhora será visível. Depois do declínio acentuado dos últimos meses, Meirelles prevê uma recuperação gradual, numa parábola em formato de "u".
Um das reuniões foi dedicada à regulação do sistema financeiro. Meirelles apresentou proposta para tornar mais transparente o mercado de derivativos, estopim da crise financeira mundial iniciada nos EUA. O combate aos paraísos fiscais também foi discutido. "O Brasil defende a máxima restrição."
Mais tarde, o presidente do BC italiano, Mario Draghi, que dirige o Fundo de Estabilidade Financeira, apresentou outras ideias. Entre elas a de estabelecer um sistema de monitoramento para medir o risco dos bancos. O princípio é o de que, quanto maior o lucro, maior seja a alocação de capital para garantir empréstimos. (MN)


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