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Seca reduz previsão de ganhos com grãos no Sul em R$ 3,8 bi
Desde o mês de fevereiro, 344 cidades de RS, SC
e PR decretaram emergência por causa da estiagem
AFONSO BENITES
PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA
A estiagem que atinge a região Sul desde fevereiro, com
344 cidades decretando situação de emergência, deverá causar perda de R$ 3,8 bilhões
-7,2 milhões de toneladas de
grãos deixarão de ser colhidas.
Os números foram calculados pela Folha com base em informações dos governos do Paraná e de Santa Catarina e, no
Rio Grande do Sul, pela Emater-RS (Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de
Assistência Técnica e Extensão
Rural). Foram levados em consideração preços de abril.
Maior produtor de grãos da
região, o Paraná é o que deve
apresentar mais perdas. Segundo o Deral (Departamento
de Economia Rural do Paraná),
os produtores deixarão de receber R$ 3,3 bilhões com as
três principais culturas de verão do Estado: milho, feijão e
soja. O cálculo não inclui o trigo, cultura de inverno que ainda não foi plantada.
Os produtores gaúchos colheram 1,1 milhão de toneladas
a menos de arroz, feijão, milho
e soja. As perdas são estimadas
em R$ 364 milhões. Em Santa
Catarina, a diferença entre a
colheita e a previsão inicial
chega a R$ 188 milhões.
"Há tempos não havia uma
estiagem tão prolongada nessa
época [de fevereiro a abril]",
diz a agrônoma do Deral Margoreth Demarchi.
A diretora técnica da Emater-RS, Águeda Marcéi Mezomo, afirma que a seca impediu
a ocorrência de uma supersafra
no Estado. A previsão inicial
era a de obter a segunda maior
produção desde 1991, com
22,14 milhões de toneladas de
grãos, mas deve ficar em 21,28
milhões de toneladas.
O milho foi o produto mais
afetado nos três Estados. A
previsão era que fossem colhidos 23,6 milhões de toneladas,
mas, por causa da seca, 4,5 milhões devem ser perdidos.
Levantamento da Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento) mostra que a safra
de grãos no país terá redução
de 5,2%. Na temporada passada foram produzidos 144,1 milhões de toneladas. Agora, devem ser 136,5 milhões.
Na região Sul, a estimativa de
perda é maior. Chega a 8%. Na
safra passada foram produzidos 59,6 milhões de toneladas
de grãos. Neste ano, a previsão
é de 54,8 milhões.
Para os produtores, os cálculos dos órgãos oficiais não levam em conta as perdas futuras, como a do plantio do trigo.
A Federação da Agricultura do
Estado do Paraná estima que o
prejuízo deva chegar a R$ 4,3
bilhões. Em Santa Catarina, o
número é de R$ 500 milhões.
Os rizicultores se beneficiaram com a estiagem. No Rio
Grande do Sul, o tempo seco facilitou a colheita e possibilitou
produção 4,38% maior. A estimativa passou de 7 milhões para 7,3 milhões de toneladas.
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