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SELETO CLUBE
América Latina é a única região em que os ricos ficaram mais ricos apesar da queda no número de "sócios"
Brasil perde 15 mil milionários em 2002
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
A América Latina é a única região do planeta em que a riqueza
de seus milionários aumentou
mesmo com a diminuição do número de "sócios do clube".
Dos 300 mil milionários da
América Latina, 75 mil estavam
no Brasil em 2002, contra os 90
mil no ano anterior. Os autores da
pesquisa, o banco Merrill Lynch e
a consultoria Cap Gemini Ernst &
Young, não divulgaram o total da
riqueza no Brasil.
A pesquisa é um retrato das pessoas que detêm pelo menos US$ 1
milhão (excluído o valor da própria casa), um clube com 7,3 milhões de "sócios" pelo mundo.
Segundo o levantamento, que
reflete a situação de 2002, o número de milionários latino-americanos encolheu 3,6% em relação ao
ano anterior.
Apesar disso, seu patrimônio
total aumentou 2,7%, chegando
aos US$ 3,6 trilhões, uma média
de US$ 12 milhões por pessoa.
Carla Lualdi, gerente da Merrill
Lynch no Brasil, aponta a propensão dos latino-americanos por investimentos em renda fixa (em
vez de apostar em ações) e o fato
de aplicarem em dólar como fatores que impulsionaram o crescimento de sua riqueza em 2002.
No ano passado, o clube dos ricos do planeta ganhou cerca de
200 mil novos "sócios" (alta de
2,1%, a menor já detectada pelo
relatório), e a soma de seus investimentos cresceu 3,6%, chegando
a US$ 27,2 trilhões -o PIB dos
EUA, o maior do mundo, é de
US$ 10 trilhões.
Queda na América do Norte
A América Norte, aliás, destacou-se como a única região do
mundo em que diminuíram tanto
o número de milionários como
sua riqueza total, a primeira queda registrada pela pesquisa em sete anos.
Segundo análise feita pelos autores do relatório, os ricos americanos "mostraram mais confiança no mercado que seus pares
não-americanos, mantendo uma
proporção maior de seus investimentos em ações".
No ano passado, o índice Standard & Poor's, que mede o comportamento de ações na Bolsa de
Nova York, caiu 22%. "As duas
tradicionais fontes de criação de
riqueza -PIB mundial e capitalização das Bolsas de Valores- falharam em crescer", diz o relatório divulgado ontem.
O bloco de Ásia e Oceania foi a
região do planeta que teve o
maior aumento do número de
milionários (4,9%) e do valor que
detêm (10,7%).
O estudo mostra que 1% do grupo dos milionários está na categoria dos "ultramilionários", aqueles com mais de US$ 30 milhões.
A maioria esmagadora (90%) tem
entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões em investimentos.
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