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São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003

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SELETO CLUBE

América Latina é a única região em que os ricos ficaram mais ricos apesar da queda no número de "sócios"

Brasil perde 15 mil milionários em 2002

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

A América Latina é a única região do planeta em que a riqueza de seus milionários aumentou mesmo com a diminuição do número de "sócios do clube".
Dos 300 mil milionários da América Latina, 75 mil estavam no Brasil em 2002, contra os 90 mil no ano anterior. Os autores da pesquisa, o banco Merrill Lynch e a consultoria Cap Gemini Ernst & Young, não divulgaram o total da riqueza no Brasil.
A pesquisa é um retrato das pessoas que detêm pelo menos US$ 1 milhão (excluído o valor da própria casa), um clube com 7,3 milhões de "sócios" pelo mundo.
Segundo o levantamento, que reflete a situação de 2002, o número de milionários latino-americanos encolheu 3,6% em relação ao ano anterior.
Apesar disso, seu patrimônio total aumentou 2,7%, chegando aos US$ 3,6 trilhões, uma média de US$ 12 milhões por pessoa.
Carla Lualdi, gerente da Merrill Lynch no Brasil, aponta a propensão dos latino-americanos por investimentos em renda fixa (em vez de apostar em ações) e o fato de aplicarem em dólar como fatores que impulsionaram o crescimento de sua riqueza em 2002.
No ano passado, o clube dos ricos do planeta ganhou cerca de 200 mil novos "sócios" (alta de 2,1%, a menor já detectada pelo relatório), e a soma de seus investimentos cresceu 3,6%, chegando a US$ 27,2 trilhões -o PIB dos EUA, o maior do mundo, é de US$ 10 trilhões.

Queda na América do Norte
A América Norte, aliás, destacou-se como a única região do mundo em que diminuíram tanto o número de milionários como sua riqueza total, a primeira queda registrada pela pesquisa em sete anos.
Segundo análise feita pelos autores do relatório, os ricos americanos "mostraram mais confiança no mercado que seus pares não-americanos, mantendo uma proporção maior de seus investimentos em ações".
No ano passado, o índice Standard & Poor's, que mede o comportamento de ações na Bolsa de Nova York, caiu 22%. "As duas tradicionais fontes de criação de riqueza -PIB mundial e capitalização das Bolsas de Valores- falharam em crescer", diz o relatório divulgado ontem.
O bloco de Ásia e Oceania foi a região do planeta que teve o maior aumento do número de milionários (4,9%) e do valor que detêm (10,7%).
O estudo mostra que 1% do grupo dos milionários está na categoria dos "ultramilionários", aqueles com mais de US$ 30 milhões. A maioria esmagadora (90%) tem entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões em investimentos.


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