São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros
guilherme.barros@uol.com.br

Copa do Mundo aquece venda de TVs e DVDs

A Copa do Mundo, que começou nesta sexta, aqueceu as vendas de televisores e de aparelhos de DVD no país nos primeiros três meses do ano. Os índices de crescimento foram de 43,75% para as TVs e de 26,24% para os DVDs nos primeiros três meses do ano, de acordo com balanço preliminar da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos).
As vendas do setor eletroeletrônico no primeiro trimestre subiram 7,61%, puxadas pela linha imagem e som, com expansão de 18%, e pela linha branca, com aumento de 7,84%.
O presidente da Eletros, Paulo Saab, afirma que o crescimento da demanda no segmento de imagem e som foi estimulado principalmente pela Copa do Mundo, mas aponta outras razões, como a queda no preço dos produtos, o aumento da renda das classes C e D e pela maior oferta de crédito, além do apelo do consumidor pelas novas tecnologias.
Na linha branca, as vendas de refrigeradores e fogões cresceram a taxas de 12,61% e 8,49%, respectivamente, enquanto freezers verticais e horizontais tiveram expansão de 51,61% e 8,29%, respectivamente.
O segmento de portáteis foi o único que apresentou queda. A retração foi de 6,57% em relação a 2005. A principal razão para o desempenho negativo foi a concorrência de produtos importados, que se tornaram mais competitivos devido à valorização do real, enquanto os produtos fabricados no mercado interno mantiveram seus preços estáveis.
No segundo semestre, Paulo Saab prevê um desempenho melhor nas linhas branca e de portáteis, em razão das vendas de final de ano. No caso do segmento de imagem e som, mais especificamente de televisores, como as vendas no primeiro e no segundo trimestres estão sendo favorecidas pela Copa do Mundo, na Alemanha, e até há uma antecipação de compras por parte dos consumidores, a tendência é que esse segmento cresça menos no segundo semestre.
A expectativa do presidente da Eletros é que, na média, o setor eletroeletrônico de consumo mantenha a projeção de crescer entre 16% e 17% no acumulado deste ano.

CABO-DE-GUERRA
O governo do Estado atrasou em mais de cem dias o pagamento a empreiteiras pela conservação de estradas em São Paulo, e o ritmo dos trabalhos anda a passos de tartaruga. A dívida do DER já supera R$ 30 milhões. O Sinicesp (o sindicato da construção pesada) responsabiliza "a tortuosa contabilidade estatal". O sindicato também acusa o governo de ter feito um desconto irregular de imposto em uma centena de precatórios recebidos por empresas da construção pesada. Um erro burocrático tirou das empresas 27,5%, quando deveria descontar apenas 5%. A falha foi detectada, e o dinheiro -cerca de R$ 10 milhões- não foi devolvido às empreiteiras. O presidente do Sinicesp, Carlos Pacheco Silveira, tem tentado em vão uma audiência com o governador Cláudio Lembo para buscar uma solução, mas até agora não foi atendido. Silveira até sugeriu mudar o nome da entidade para Sindicato da Indústria da Construção Quebrada.

PREVIDÊNCIA
O volume de novos depósitos no sistema de previdência complementar aberta cresceu 23,18% no primeiro quadrimestre do ano, chegando a R$ 6,47 bilhões, segundo a Associação Nacional da Previdência Privada. Em abril, as captações cresceram 13% com relação ao mesmo período de 2005, totalizando R$ 1,5 bilhão. O VGBL cresceu 50%, e o PGBL, 6,86%, em relação ao mesmo período de 2005.

COMÉRCIO EXTERIOR
O Balcão de Comércio Exterior do Banco do Brasil movimentou neste ano US$ 1,33 milhão em exportações. O balcão tem 5.861 exportadores habilitados e 2.199 importadores cadastrados que operam até US$ 20 mil cada uma.

TRABALHO INFANTIL
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho firmou parceria com a Fundação Abrinq contra o trabalho infantil.

ECOLOGIA EM FRASCOS
De olho no segmento de luxo do mercado de perfumaria e na crescente onda "ecológica", a Du Plessis lança uma linha produzida com recursos sustentáveis, a Amazônia Viva, depois de três anos de pesquisas e investimentos de R$ 3 milhões. "Queríamos oferecer uma linha com ativos exclusivamente botânicos, da Amazônia", diz Maria Cristina Gomes Ferreira, diretora-geral da Du Plessis.

INTERESSE AMERICANO
Negociar parcerias com instituições brasileiras e atrair um número maior de estudantes, além de estabelecer contatos para futuros eventos no país. Com tais objetivos, visitou São Paulo nos últimos dias o moçambicano João Aleixo, diretor do novo Departamento de Relações Internacionais da tradicional Universidade Yale. Nas reuniões com a USP, por exemplo, foi discutida a possibilidade de a instituição "hospedar" professores de Yale, além do desenvolvimento de cursos de pós-graduação. Outro objetivo, diz Aleixo, é fortalecer entidades de ex-alunos e contatos com possíveis patrocinadores para viabilizar eventos com a participação de professores da casa, a exemplo do existente em outros países.

IMPORTAÇÕES
Ao analisar as contas nacionais trimestrais do IBGE, o economista José Roberto Afonso, da assessoria do PSDB, detectou uma curiosidade preocupante. Nos primeiros três meses deste ano, as importações registraram a maior alta desde 1996. Entre o primeiro trimestre de 2006 e o último de 2005, a alta foi de 11,7% em termos reais, com ajuste sazonal. Esta taxa só não supera os 45,9% do 4º trimestre de 1994, no auge do Real, e a de 12,9% do 4º trimestre de 1996.

SEGUROS
Cerca de 64% das pequenas e médias empresas preferem contratar seguros com corretores a fazê-lo em bancos ou diretamente com as seguradoras, segundo pesquisa da Ábaco para o Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de SP. Segundo o estudo, feito com cem empresas de São Paulo, 81% têm seguro-saúde, 76%, seguro empresarial, 57% têm seguro de vida coletivo, e 56%, de frota de veículos.

ENERGIA EM LEILÃO
Na próxima semana, a Comerc -comercializadora e gestora independente de energia- realizará mais um leilão de compra de energia elétrica para o período entre 2007 e 2015. Serão negociados até 8.409,6 GWh ou aproximadamente R$ 850 milhões. No chamado "leilão reverso", as geradoras de energia farão ofertas de fornecimento para um agente de mercado representado pela Comerc.


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