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Centenário, banco já foi socorrido pelo Tesouro
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde os tempos do Barão de
Mauá, que fundou o Banco do
Brasil em 1851, a instituição
passou por altos e baixos. Nasceu privada, quebrou, foi para o
Estado, quebrou outra vez e,
em 1996, recebeu a última injeção de recursos do Tesouro Nacional para se reerguer.
"O banco é mal administrado, embora tenha melhorado
nos últimos anos", analisa
Emanuel Pereira da Silva, sócio
da Gap Asset Management.
O lucro líquido saltou de
R$ 2,5 bilhões, em 2002, para
R$ 4,1 bilhões, no ano passado.
E a rentabilidade sobre o patrimônio líquido também melhorou -era de 21,3% em 2002,
chegou a 26,2% em 2005 e, no
primeiro trimestre deste ano,
atingiu 32,4%.
Na opinião de Silva, num momento em que a Bovespa "está
em promoção" -com ações como as da Vale do Rio Doce, da
AmBev, da ALL e da Cemig sendo negociadas a preços convidativos-, não vale a pena comprar Banco do Brasil. "Nem
pensar." Quem comprar os papéis ON do banco não perderá
dinheiro, mas deixará de ganhar mais com outras ações.
Silva destaca o risco político
do papel. "Qualquer governo é
um risco, pois a escolha dos
gestores do banco se pauta pelos interesses políticos. Mas o
governo atual tem escolhido os
dirigentes do BB entre os quadros do PT, e eles não têm mostrado muita competência."
O analista recorda que, em
julho de 2004, Henrique Pizzolato, diretor de marketing do
BB, fez o banco adquirir R$ 73,5
mil em ingressos de um show
de Zezé Di Camargo & Luciano,
cuja receita iria para o PT.
Outro problema é o fato de o
banco ser o executor da política
de crédito agrícola do governo.
"Subsídio à agricultura o mundo inteiro faz. Mas isso não deveria ser da competência de um
banco que também tem sócios
privados. Ele deveria apenas
repassar recursos do Tesouro à
agricultura", observa.
Segundo João Augusto Frota
Salles, economista da consultoria Lopes Filho, as ações do BB
devem se ressentir do desempenho do banco neste ano, que
será afetado, justamente, pelo
aumento da inadimplência da
carteira de crédito rural.
No primeiro trimestre, o resultado operacional (R$ 965
milhões) foi pior do que o registrado em igual período de 2005
(R$ 1,503 bilhão), embora o lucro líquido tenha sido maior.
"O BB teve de aumentar o
provisionamento devido ao aumento da inadimplência e do
risco da sua carteira de crédito
agrícola." Para compensar e aumentar o lucro líquido, o BB fez
uma reversão de R$ 1,9 bilhão
de crédito tributário, referente
a prejuízos do passado.
(SB)
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