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Folhainvest
Investidor já pode reservar ações do BB
Instituição vai ofertar 5,6% das ações ordinárias; apesar de banco ter boa rentabilidade, analistas recomendam cautela
Consultor diz que ações podem trazer risco pelo fato de banco ser público e poder ser usado com fins políticos
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Começa hoje o período de reserva de ações do Banco do Brasil para os investidores interessados em participar da oferta
pública que colocará no mercado 5,6% do capital social do
banco -um total de 45.441.459
ações ordinárias (ON). Na oferta de varejo, destinada às pessoas físicas, o prazo para reserva acaba no dia 23 deste mês.
O Banco do Brasil é o maior
banco do país e, no primeiro
trimestre de 2006, despontou
como o segundo mais rentável
entre os 20 maiores bancos dos
EUA e do Brasil, segundo ranking da Economática. Sua rentabilidade sobre o patrimônio
líquido (ROE) foi de 32,4%, só
inferior à do Itaú (35,7%), segundo a consultoria.
Analistas, no entanto, recomendam cautela. "As ações do
BB são um investimento de risco, pois, por ser estatal, historicamente, ele tem sido usado
com fins políticos", observa o
consultor Mauro Halfeld.
Segundo Halfeld, a valorização das ações do BB depende do
futuro político do país, do papel
que o governo eleito neste ano
dê ao banco e do grau de profissionalização que lhe imprimirá.
"Se prevalecer a concepção do
PT de que o BB é um banco de
fomento, sua rentabilidade pode cair, pois carteiras com esse
perfil têm menor retorno."
O consultor se diz "em cima
do muro" em relação a recomendar ou não a aplicação. "As
ações podem cair. Por isso
compre só um pouco para diversificar sua carteira", recomenda Halfeld. Ele sugere que
o investidor coloque 5% do patrimônio financeiro nas ações.
O BB é o banco mais "barato"
da Bolsa. Seu P/L (relação entre o preço da ação e o lucro que
oferece ao acionista) é de 8,5,
enquanto o do Itaú é de 10,3, e o
do Bradesco, de 11,4.
Outro indicador a ser analisado é o valor patrimonial por
ação (P/VPA). Para o BB, ele é
de 2,5 -o banco é negociado no
mercado por 2,5 vezes seu valor
contábil. No caso do Bradesco,
são 3,3 vezes, e no do Itaú, 3,6
vezes. Por esse critério, o BB
também tem o papel mais barato entre os grandes bancos.
Mas o investidor que tiver
apetite para esse risco poderá
ser bem recompensado. "Para
uma carteira de médio e longo
prazos, os papéis do BB são
uma boa opção", diz João Augusto Frota Salles, economista
da Lopes Filho. Segundo suas
projeções, a ação, que fechou a
R$ 56 na sexta-feira, poderá
chegar a R$ 73 em dezembro.
Oportunidade
Quem só olhou o risco político deixou de ganhar 597% desde dezembro de 2002. No fim do governo Fernando Henrique Cardoso, o BB anunciou
uma emissão de ações semelhante à atual, mas a suspendeu. Na época, a Bolsa sofreu um revés em conseqüência do
chamado "risco Lula".
"Os investidores institucionais não quiseram entrar na
operação, e o governo suspendeu a emissão", lembra Halfeld.
Eles perderam toda a alta que
as ações ON tiveram.
Agora, os papéis voltam ao
mercado em meio a uma nova
onda de volatilidade, depois de
terem se valorizado 162,16%
em 2003, mais 44,38% em
2004, 33,9% em 2005 e 37,6%
neste ano, até sexta-feira.
Os interessados na oferta pública devem procurar as instituições que participam da oferta. As corretoras credenciadas
estão em www.cblc.com.br.
Mais informações nos sites do BB e
dos coordenadores da oferta
www.bb.com.br
www.pactual.com.br
www.citibank.com.br
www.besinvestimento.com.br
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