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Investidores continuam atentos a dados dos EUA
Semana terá índices de inflação e da indústria
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação de indicadores
econômicos nos Estados Unidos concentrará as atenções
dos investidores nesta semana.
Qualquer leitura ruim dos dados tem poder suficiente para
fomentar a turbulência que agita o mercado financeiro global
há um mês.
Desde a última reunião do
Fomc (o Copom do banco central dos EUA), no dia 10 de
maio, o mercado tem vivido em
uma gangorra. As Bolsas de Valores sofreram perdas em diversas partes do mundo.
No Brasil, a Bolsa da Valores
de São Paulo acumulou nos últimos 30 dias perdas de 16,45%.
Na quarta-feira, serão conhecidos os números de maio do
índice de inflação ao consumidor norte-americano (CPI, na
sigla em inglês). No dia seguinte, vai ser a vez de o índice de
produção industrial dos EUA
ser divulgado.
Os dados da economia norte-americana trarão mais sinais
para os analistas avaliarem se
haverá ou não um novo aumento da taxa básica americana,
que está em 5% anuais. A próxima reunião do Fomc acontecerá no fim deste mês.
Na semana passada, uma onda de elevações de taxas de juros afetou negativamente o mercado acionário mundial.
Segundo informações de
agências internacionais, a semana foi a pior em quase um
ano para o Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova
York. O índice teve queda de
3,16% no período.
Quando as taxas de juros sobem, acabam por estimular os
investidores a vender ações,
que são ativos de alto risco, e
migrarem para títulos da dívida
de países desenvolvidos.
Com os juros subindo em diferentes lugares, surgiu a dúvida no mercado brasileiro em
relação à possibilidade de o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) continuar com o
atual processo de redução dos
juros básicos.
A Turquia foi a primeira a subir sua taxa, na quarta. Havia
cerca de cinco anos, o BC turco
não mexia nos juros do país. Na
quinta, foi a vez de o BC europeu e de seus pares na Coréia
do Sul e na Índia fazerem o
mesmo.
Na Turquia, foi a preocupação com a escalada da inflação
que levou o governo a aumentar a taxa do país, que agora está
em 15%. Em maio, o índice de
inflação no país anualizado bateu em 9,86%. A meta de inflação do governo turco para este ano é de 5%.
No Brasil, apesar de os números de inflação ainda serem
benignos, há riscos de a alta do
dólar se refletir em breve em
elevação de índices de preços,
principalmente os de atacado.
O IGP-DI já mostrou os perigos desse cenário, ao subir de
0,02% em abril para 0,38% em
maio, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).
Já o IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,10% em maio, o que representou, no acumulado em 12 meses, alta de 4,23% -abaixo do centro da meta de inflação para 2006, de 4,5%.
O Copom voltará a se reunir
apenas em julho.
Na ata de sua última reunião,
o Copom admitiu estar atento e
preocupado com as turbulências internacionais e os possíveis efeitos negativos na economia brasileira.
Ao menos o dólar encerrou a
semana passada em baixa, vendido a R$ 2,261. No dia 10 de
maio, quando a atual onda de
turbulência começou, o dólar
era vendido a R$ 2,06. No dia
24, o dólar bateu nos R$ 2,40.
Na sexta, o Tesouro Nacional
concluiu a operação de recompra de títulos da dívida pública
no mercado internacional. O
governo afirmou que poderia
comprar até US$ 4 bilhões em
papéis, mas os investidores
venderam só US$ 1,1 bilhão.
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