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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Pacote de desoneração deverá ser tímido
As medidas de desoneração
tributária que estão sendo preparadas pelo governo para
compensar os setores mais prejudicados pela valorização do
real deverão ser mais tímidas
do que se previa. O setor produtivo deverá sentir um certo sabor de frustração com o pacote
que deve ser anunciado pelo
governo.
A principal medida esperada
pelo mercado, que era a desoneração da folha de pagamento,
deve ficar mesmo de fora do pacote. Os maiores empecilhos
partiram da Receita Federal,
que manifestou receio de as desonerações gerarem perdas na
arrecadação.
Uma boa parte das medidas
de desonerações deverá ser encaminhada para discussão no
Fórum de Previdência. O pacote deverá ficar restrito a linhas
especiais de financiamento do
BNDES e a alguns poucos benefícios.
Depois de um dia intenso de
discussões, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, levou,
no início da noite de ontem, o
pacote ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mantega quer
divulgar as medidas ainda nesta semana.
O fato é que o governo não
tem tido muito êxito, pelo menos até agora, nas suas tentativas para evitar a valorização do
real. O Banco Central anunciou
na sexta à noite mudanças na
regra da exposição cambial, que
muitos esperavam que poderia
trazer algum efeito sobre o
câmbio, mas foram insuficientes. O dólar até se desvalorizou
um pouco ontem.
A queda de 0,5 ponto no juro
básico da economia na semana
passada também não se mostrou eficaz para conter a queda
do dólar, apesar de toda a expectativa do mercado.
O fluxo de entrada de dinheiro de fora no país continua bastante forte, apesar da redução
do juro.
O economista Edgard Pereira, do Iedi, diz que a queda de
meio ponto da Selic não surtiu
efeito sobre o câmbio porque já
era esperada pelo mercado. Se
o corte tivesse sido maior, de
0,75 ponto, ele acha que teria tido mais efeito, não por sua
magnitude, mas por ser uma
decisão inesperada. "Um corte
de 0,75 ponto estava fora das
expectativas do mercado e teria
um reflexo maior sobre o câmbio", diz o economista.
Petrobras tem recorde em patrocínio
O investimento da Petrobras em patrocínio cultural,
em 2006, foi o maior da história da empresa: R$ 261 milhões. O número será anunciado pelo presidente José
Sergio Gabrielli, hoje,
durante o lançamento do
Balanço Social e Ambiental
da companhia. A área campeã em investimento cultural no ano passado foi a de
patrimônio histórico, edificado e museus, que recebeu
R$ 53,8 milhões.
AFROFASHION
"O banco Real está cada vez mais fashion." É assim que
Fernando Byigton Martins, executivo de estratégia e diretor
de comunicação corporativa do banco, começa a falar sobre
a participação da instituição na São Paulo Fashion Week.
Além de patrocinar o evento, o banco patrocina o desfile e o
lançamento da nova grife do Grupo Cultural AfroReggae, do
Rio de Janeiro. "Tem tudo a ver com a nossa proposta de
sustentabilidade", diz Martins, destacando o caráter de inclusão da associação. O estilista responsável pela coleção é
Marcelo Sommer, da marca Do Estilista. O desfile acontece
no dia 14, no Pavilhão da Bienal. Entre os modelos, estarão
participantes do AfroReggae.
CHECK-IN
A Atlantica Hotels International e a RS Incorporadora colocam em operação,
nesta semana, a terceira unidade no Brasil da bandeira
Radisson, do grupo norte-americano Carlson.
PONTE AÉREA
Depois de oito anos no
Rio, o escritório de advocacia Bocater, Camargo, Costa
e Silva chega a São Paulo.
Um dos sócios é Francisco
Costa e Silva, ex-presidente
da CVM, entre 1995 e 2000.
TECNOLÓGICO
A IBM AL inaugura hoje o
primeiro Centro de Soluções para a Indústria Financeira da América Latina, em
SP. A empresa vai investir
no centro até R$ 20 milhões
nos próximos cinco anos.
BOLA SETE
A Fischer, de Eduardo
Fischer, é hoje a agência de
propaganda que está mais
próxima de conquistar a
conta da Gradiente. O martelo deve ser batido nos próximos dias.
SUSTENTÁVEL
Será lançado, na quinta, o
livro "Os Desafios da Sustentabilidade: Uma Ruptura
Urgente" (ed. Campus Elsevier, 304 páginas), de Fernando Almeida, presidente
do Cebds e professor da
Coppe/UFRJ. O livro aponta caminhos para enfrentar
uma tragédia socioambiental e traça o perfil do estadista corporativo. O lançamento acontece a partir das 19h,
na livraria Cultura do shopping Vila Lobos (SP).
CHURRASCO DE LUXO
As exportações de carne
bovina totalizaram
US$ 1,867 bilhão nos cinco
primeiros meses deste ano,
uma alta de 39% em relação
ao mesmo período do ano
passado. Só em maio as vendas somaram US$ 443,8 milhões, 28% a mais do que em
2006. Segundo Pratini de
Moraes, presidente da Abiec
(associação dos exportadores de carne), esse crescimento se deve à venda de
cortes especiais para a Europa, além do aumento da renda dos países emergentes.
TORPEDO
Argentinos e brasileiros
têm diferenças no uso do celular. Segundo pesquisas da
Tegic Communications, argentinos preferem enviar
SMS, enquanto os brasileiros gostam de falar. O gerente-geral da Tegic para a AL,
Daniel Barna, diz que isso se
deve à dificuldade que alguns têm em usar os pequenos teclados dos celulares.
PROSA
Guido Mantega (Fazenda)
recebeu ontem a visita do
ex-ministro da Fazenda
Mailson da Nóbrega, considerado um crítico do governo. Mailson disse a Mantega
que a economia do Brasil vive a sua melhor fase dos últimos 30 anos.
GELADA
Depois de cinco meses de
crescimento, a cerveja Itaipava demonstra sinais de
desgaste. Segundo a Nielsen,
em maio, a marca perdeu
0,2% de participação, caindo
de 4,7% para 4,5% do mercado nacional. É o custo do
crescimento. Como a cerveja chegou aos 4,7% de mercado em abril, a fábrica de
Petrópolis não tem mais capacidade de produzir toda a
Itaipava consumida no país.
Com isso, a cervejaria perde
seu principal atributo de
propaganda, a água de Petrópolis. Agora, boa parte da
produção de Itaipava é feita
em Boituva (SP).
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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