São Paulo, terça-feira, 12 de junho de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Pacote de desoneração deverá ser tímido

As medidas de desoneração tributária que estão sendo preparadas pelo governo para compensar os setores mais prejudicados pela valorização do real deverão ser mais tímidas do que se previa. O setor produtivo deverá sentir um certo sabor de frustração com o pacote que deve ser anunciado pelo governo.
A principal medida esperada pelo mercado, que era a desoneração da folha de pagamento, deve ficar mesmo de fora do pacote. Os maiores empecilhos partiram da Receita Federal, que manifestou receio de as desonerações gerarem perdas na arrecadação.
Uma boa parte das medidas de desonerações deverá ser encaminhada para discussão no Fórum de Previdência. O pacote deverá ficar restrito a linhas especiais de financiamento do BNDES e a alguns poucos benefícios.
Depois de um dia intenso de discussões, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, levou, no início da noite de ontem, o pacote ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mantega quer divulgar as medidas ainda nesta semana.
O fato é que o governo não tem tido muito êxito, pelo menos até agora, nas suas tentativas para evitar a valorização do real. O Banco Central anunciou na sexta à noite mudanças na regra da exposição cambial, que muitos esperavam que poderia trazer algum efeito sobre o câmbio, mas foram insuficientes. O dólar até se desvalorizou um pouco ontem.
A queda de 0,5 ponto no juro básico da economia na semana passada também não se mostrou eficaz para conter a queda do dólar, apesar de toda a expectativa do mercado.
O fluxo de entrada de dinheiro de fora no país continua bastante forte, apesar da redução do juro.
O economista Edgard Pereira, do Iedi, diz que a queda de meio ponto da Selic não surtiu efeito sobre o câmbio porque já era esperada pelo mercado. Se o corte tivesse sido maior, de 0,75 ponto, ele acha que teria tido mais efeito, não por sua magnitude, mas por ser uma decisão inesperada. "Um corte de 0,75 ponto estava fora das expectativas do mercado e teria um reflexo maior sobre o câmbio", diz o economista.

Petrobras tem recorde em patrocínio

O investimento da Petrobras em patrocínio cultural, em 2006, foi o maior da história da empresa: R$ 261 milhões. O número será anunciado pelo presidente José Sergio Gabrielli, hoje, durante o lançamento do Balanço Social e Ambiental da companhia. A área campeã em investimento cultural no ano passado foi a de patrimônio histórico, edificado e museus, que recebeu R$ 53,8 milhões.

AFROFASHION
"O banco Real está cada vez mais fashion." É assim que Fernando Byigton Martins, executivo de estratégia e diretor de comunicação corporativa do banco, começa a falar sobre a participação da instituição na São Paulo Fashion Week. Além de patrocinar o evento, o banco patrocina o desfile e o lançamento da nova grife do Grupo Cultural AfroReggae, do Rio de Janeiro. "Tem tudo a ver com a nossa proposta de sustentabilidade", diz Martins, destacando o caráter de inclusão da associação. O estilista responsável pela coleção é Marcelo Sommer, da marca Do Estilista. O desfile acontece no dia 14, no Pavilhão da Bienal. Entre os modelos, estarão participantes do AfroReggae.

CHECK-IN
A Atlantica Hotels International e a RS Incorporadora colocam em operação, nesta semana, a terceira unidade no Brasil da bandeira Radisson, do grupo norte-americano Carlson.

PONTE AÉREA
Depois de oito anos no Rio, o escritório de advocacia Bocater, Camargo, Costa e Silva chega a São Paulo. Um dos sócios é Francisco Costa e Silva, ex-presidente da CVM, entre 1995 e 2000.

TECNOLÓGICO
A IBM AL inaugura hoje o primeiro Centro de Soluções para a Indústria Financeira da América Latina, em SP. A empresa vai investir no centro até R$ 20 milhões nos próximos cinco anos.

BOLA SETE
A Fischer, de Eduardo Fischer, é hoje a agência de propaganda que está mais próxima de conquistar a conta da Gradiente. O martelo deve ser batido nos próximos dias.

SUSTENTÁVEL
Será lançado, na quinta, o livro "Os Desafios da Sustentabilidade: Uma Ruptura Urgente" (ed. Campus Elsevier, 304 páginas), de Fernando Almeida, presidente do Cebds e professor da Coppe/UFRJ. O livro aponta caminhos para enfrentar uma tragédia socioambiental e traça o perfil do estadista corporativo. O lançamento acontece a partir das 19h, na livraria Cultura do shopping Vila Lobos (SP).

CHURRASCO DE LUXO
As exportações de carne bovina totalizaram US$ 1,867 bilhão nos cinco primeiros meses deste ano, uma alta de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. Só em maio as vendas somaram US$ 443,8 milhões, 28% a mais do que em 2006. Segundo Pratini de Moraes, presidente da Abiec (associação dos exportadores de carne), esse crescimento se deve à venda de cortes especiais para a Europa, além do aumento da renda dos países emergentes.

TORPEDO
Argentinos e brasileiros têm diferenças no uso do celular. Segundo pesquisas da Tegic Communications, argentinos preferem enviar SMS, enquanto os brasileiros gostam de falar. O gerente-geral da Tegic para a AL, Daniel Barna, diz que isso se deve à dificuldade que alguns têm em usar os pequenos teclados dos celulares.

PROSA
Guido Mantega (Fazenda) recebeu ontem a visita do ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, considerado um crítico do governo. Mailson disse a Mantega que a economia do Brasil vive a sua melhor fase dos últimos 30 anos.

GELADA
Depois de cinco meses de crescimento, a cerveja Itaipava demonstra sinais de desgaste. Segundo a Nielsen, em maio, a marca perdeu 0,2% de participação, caindo de 4,7% para 4,5% do mercado nacional. É o custo do crescimento. Como a cerveja chegou aos 4,7% de mercado em abril, a fábrica de Petrópolis não tem mais capacidade de produzir toda a Itaipava consumida no país. Com isso, a cervejaria perde seu principal atributo de propaganda, a água de Petrópolis. Agora, boa parte da produção de Itaipava é feita em Boituva (SP).


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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