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InBev faz oferta de US$ 46 bi por americana
Negócio com Anheuser-Busch, se fechado, tornará empresa belgo-brasileira a maior fabricante de cerveja do mundo
Proposta da InBev é quase 14% superior ao preço da ação da rival anteontem; companhia terá 25% do mercado mundial de cerveja
DA REDAÇÃO
A InBev fez uma proposta de
cerca de US$ 46 bilhões pela
americana Anheuser-Busch,
em um negócio que, se concretizado, tornará a belgo-brasileira na maior fabricante de cerveja em volume do mundo, superando a britânica SABMiller.
A Anheuser-Busch, fabricante de cervejas como a Budweiser, disse ontem em nota que
recebeu uma oferta de US$ 65
por ação, quase 14% mais que o
seu preço no fechamento da
Bolsa de Nova York anteontem.
Na comparação com 22 de
maio (um dia antes de o "Financial Times" afirmar que a
InBev estudava uma oferta pela
rival), o prêmio é de mais de
23%. Ontem, as ações da americana subiram 2,1%, e as da InBev caíram 0,34%.
Com o negócio, a InBev, que
controla cerca de 200 marcas
de cerveja (Stella Artois, Brahma e Beck etc.), conquistará o
controle de cerca de um quarto
do mercado mundial da bebida.
Enquanto a belgo-brasileira
tem maior atuação nos mercados europeu e sul-americano, a
Anheuser-Busch está mais
concentrada nos Estados Unidos, onde tem quase metade
das vendas. A InBev também
ganhará maior presença na
China, que é o maior mercado
mundial em volume de cerveja,
onde a americana tem participação na Tsingtao.
Em nota, a companhia norte-americana afirmou que avaliará a "proposta cuidadosamente
e dentro do contexto de todos
os fatores relevantes" e que levará em conta o melhor interesse de seus acionistas. A empresa não deu prazo para dar
uma resposta.
A InBev também se manifestou por meio de comunicado.
Nele, revela que executivos das
duas empresas se encontraram
nos Estados Unidos no dia 2 e
diz que o negócio criará a quinta maior empresa de produtos
para o consumidor. "A fusão irá
criar uma companhia global
mais forte, competitiva e sustentável, o que irá beneficiar todos os acionistas."
O segundo maior acionista da
Anheuser-Busch é a Berkshire
Hathaway, a empresa de Warren Buffett (o homem mais rico
do mundo, segundo a revista
"Forbes", com US$ 62 bilhões),
com participação de 4,9%. Buffett e Jorge Paulo Lemann, um
dos principais acionistas da InBev, foram membros do conselho da Gillette. O maior investidor na Anheuser é o Barclays.
Ícone
Uma dificuldade que a InBev
deve ter para fechar o negócio é
que a Anheuser é considerada
um símbolo americano.
Um dos líderes de um sindicato que representa 25% dos 30
mil funcionários da companhia
afirmou recentemente ao
"Wall Street Journal" que gostaria que ela "permanecesse
uma empresa americana".
"Não parece que os empregados aceitam bem quando estrangeiros compram cervejarias americanas", disse Jack Cipriani. Espera-se que, caso concretizado, a InBev tome medidas para diminuir custos, como
a demissão de funcionários.
No entanto, como a InBev
tem uma participação pequena
no mercado norte-americano,
de menos de 10%, é pouco provável que o negócio enfrente
empecilhos para ser aprovado
pelas autoridades dos EUA.
A InBev surgiu em 2004, resultado da fusão entre a brasileira AmBev e a belga Interbrew em um negócio avaliado em US$ 11 bilhões. A sede da
empresa é na Bélgica, mas hoje
o seu presidente-executivo é
um brasileiro, Carlos Brito, e a
cultura da empresa também. A
companhia "era totalmente
belga, depois se tornou belgo-brasileira e agora é brasileiro-belga", disse recentemente o
ministro da Economia da Bélgica, Vincent Van Quickenborne.
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