São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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Grupo dá prazo para a parceria no Ceará

do enviado especial à Alemanha

A Petrobrás tem quatro semanas para decidir se participa ou não da nova refinaria, Renor (Refinaria do Nordeste), que será construída no Ceará, a partir do ano que vem.
Esse é o prazo para que o consórcio responsável pela construção da refinaria feche contrato com a companhia de petróleo que responderá pela operação.
O investimento inicial na Renor é de US$ 950 milhões. O projeto está sendo tocado pelo ThyssenKrupp (85% das ações) e Interoil (15%). Nessa primeira fase de operação, a Renor produzirá 110 mil barris diários de combustíveis e outros produtos químicos preparados a partir do petróleo.
Segundo executivos do ThyssenKrupp na Alemanha, não há chance de a decisão sobre a nova operadora ser adiada. Além da Petrobrás, pelo menos duas outras companhias de petróleo estão negociando com o consórcio para participar e operar a nova refinaria. A operadora teria de realizar investimentos pesados, mas seria sócia e fornecedora de matéria-prima da nova empresa.
O ThyssenKrupp quer que a operadora seja a companhia brasileira, de acordo com o membro do Conselho de Administração Hans Ulrich Gruber. "Estamos conversando com a Petrobrás e o meu sentimento é que ela vai entrar no projeto", diz Gruber.
A Petrobrás concorre com a norte-americana Texaco e a espanhola Repsol. Como a Repsol está acabando de fechar a compra da argentina YPF, a companhia tem interesse em estender suas atividades pelo Brasil.
"Eles têm acordo para produção de gás natural no norte do Brasil e negócios no sul do país. Por isso, querem participar da refinaria para integrar suas atividades no Brasil", diz Gruber.
O executivo diz que a prioridade do ThyssenKrupp é a parceria com a Petrobrás, porque a empresa já conhece o mercado brasileiro. Mas Gruber admite que a Petrobrás pode ter problemas para aderir ao projeto por falta de verbas para novos investimentos, especialmente num momento de corte dos gastos do governo. "É um fato da vida, mas a Petrobrás é a combinação que queremos."
Caso a Petrobrás não participe do projeto, a segunda opção do ThyssenKrupp seria a Repsol. A disputa implica várias diferenças para o projeto.
Se a Petrobrás for a operadora, a refinaria usará óleo pesado, um tipo de matéria-prima que possibilita uso mais diversificado para indústria química. Por isso, a segunda fase do projeto, que prevê investimentos de US$ 1,1 bilhão, seria adiantada. O volume de produção cresceria para 200 mil barris de derivados de petróleo por dia.

Energia eólica
Além do investimento na refinaria, o ThyssenKrupp anunciou, na semana passada, a assinatura de um acordo com o governo do Ceará para a criação de uma "fazenda de vento", como são chamados os projetos de geração de energia eólica (por vento).
O projeto, orçado em mais de R$ 150 milhões, será executado na cidade de Paracuru, a 70 quilômetros de Fortaleza. O ThyssenKrupp construirá 133 turbinas para geração de aproximadamente 100 megawatts de energia.
"Será uma das maiores unidades de produção de energia eólica do mundo", diz Hans Gruber, diretor do Conselho de Administração do ThyssenKrupp. A obra deverá ser concluída até o final do ano 2001 e deverá ser financiada por investidores brasileiros. (RG)


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