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DRAGÃO ADORMECIDO
Índice da Fipe cai para -0,25%, o mais baixo desde junho de 1999; oligopolizados já sobem menos
SP registra a maior deflação em 4 anos
ALESSANDRA KIANEK
DA REDAÇÃO
Os preços voltaram a cair em
São Paulo. O IPC da Fipe apresentou, nos últimos 30 dias terminados no dia 7, deflação de 0,25%
-a maior queda quadrissemanal
em quatro anos. No fechamento
de junho, os preços caíram 0,16%.
A última vez em que o índice
havia registrado uma queda tão
acentuada havia sido na terceira
quadrissemana de junho de 1999,
quando o IPC (Índice de Preços
ao Consumidor) recuou 0,28%.
A quadrissemana mede a variação percentual dos preços em 30
dias na comparação com os 30
dias imediatamente anteriores.
Os alimentos e os combustíveis
continuam sendo os itens que
mais contribuíram para a queda
do índice. Mas o coordenador do
IPC da Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas), Heron
do Carmo, explica que a deflação
ocorreu não só por causa desses
dois itens mas porque houve uma
queda no ritmo de alta dos preços
como um todo.
Oligopólios
Os produtos oligopolizados, dominados por poucos grupos de
fabricantes, ainda estão sofrendo
reajustes acima da média, mas já
em um ritmo menor.
O núcleo da inflação dos produtos industrializados, que inclui remédio, vestuário, eletrodoméstico, artigos de higiene e limpeza e
alimento industrializado, mostra
que os preços desses itens subiram 0,05% na primeira quadrissemana deste mês, contra a deflação
de 0,25% apurada pelo IPC cheio.
Em junho, os produtos industrializados haviam tido alta de 0,24%.
Para Heron, a resistência dos
preços dos produtos industrializados em recuar está no fim. Como o fabricante já recuperou os
preços, devido à alta do dólar no
início do ano, e a demanda está
deprimida, é melhor para a indústria vender do que arriscar perder
o mercado para novos grupos que
possam entrar na disputa, diz ele.
"[Os oligopólios], no curto prazo,
têm poder de fogo, mas, no longo,
não."
Para os resultados das duas próximas semanas, Heron prevê que
o índice ainda vá registrar deflação, mas em ritmo menor que o
apurado na primeira quadrissemana deste mês.
Inflação no fim do mês
No final de julho, o IPC deverá
mostrar uma inflação de 0,40%,
levando em conta os aumentos de
tarifas de energia, telefone e pedágio, prevê a Fipe.
Após passar o período de reajuste de tarifas, em julho e agosto,
a taxa de inflação medida pela Fipe deve apresentar um aumento
médio de 0,30% ao mês até o fim
do ano, estima Heron.
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