UOL


São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DRAGÃO ADORMECIDO

Índice da Fipe cai para -0,25%, o mais baixo desde junho de 1999; oligopolizados já sobem menos

SP registra a maior deflação em 4 anos

ALESSANDRA KIANEK
DA REDAÇÃO

Os preços voltaram a cair em São Paulo. O IPC da Fipe apresentou, nos últimos 30 dias terminados no dia 7, deflação de 0,25% -a maior queda quadrissemanal em quatro anos. No fechamento de junho, os preços caíram 0,16%.
A última vez em que o índice havia registrado uma queda tão acentuada havia sido na terceira quadrissemana de junho de 1999, quando o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) recuou 0,28%.
A quadrissemana mede a variação percentual dos preços em 30 dias na comparação com os 30 dias imediatamente anteriores.
Os alimentos e os combustíveis continuam sendo os itens que mais contribuíram para a queda do índice. Mas o coordenador do IPC da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Heron do Carmo, explica que a deflação ocorreu não só por causa desses dois itens mas porque houve uma queda no ritmo de alta dos preços como um todo.

Oligopólios
Os produtos oligopolizados, dominados por poucos grupos de fabricantes, ainda estão sofrendo reajustes acima da média, mas já em um ritmo menor.
O núcleo da inflação dos produtos industrializados, que inclui remédio, vestuário, eletrodoméstico, artigos de higiene e limpeza e alimento industrializado, mostra que os preços desses itens subiram 0,05% na primeira quadrissemana deste mês, contra a deflação de 0,25% apurada pelo IPC cheio. Em junho, os produtos industrializados haviam tido alta de 0,24%.
Para Heron, a resistência dos preços dos produtos industrializados em recuar está no fim. Como o fabricante já recuperou os preços, devido à alta do dólar no início do ano, e a demanda está deprimida, é melhor para a indústria vender do que arriscar perder o mercado para novos grupos que possam entrar na disputa, diz ele. "[Os oligopólios], no curto prazo, têm poder de fogo, mas, no longo, não."
Para os resultados das duas próximas semanas, Heron prevê que o índice ainda vá registrar deflação, mas em ritmo menor que o apurado na primeira quadrissemana deste mês.

Inflação no fim do mês
No final de julho, o IPC deverá mostrar uma inflação de 0,40%, levando em conta os aumentos de tarifas de energia, telefone e pedágio, prevê a Fipe.
Após passar o período de reajuste de tarifas, em julho e agosto, a taxa de inflação medida pela Fipe deve apresentar um aumento médio de 0,30% ao mês até o fim do ano, estima Heron.


Texto Anterior: Terra estrangeira: Tucano "fala" inglês em evento do BC
Próximo Texto: Werlang diz que juro pode cair já para 22%
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.