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COMÉRCIO EXTERIOR
Decisão beneficia o Brasil, mas americanos ainda podem apelar e dizem que irão manter a cobrança
Sobretaxa do aço nos EUA é ilegal, diz OMC
DA REDAÇÃO
As sobretaxas que os EUA cobram sobre o aço importado são
ilegais, decidiu ontem a OMC
(Organização Mundial do Comércio). A decisão beneficia o
Brasil, a União Européia e outros
seis países que haviam aberto um
painel na entidade contra as tarifas cobradas pelos EUA.
Os Estados Unidos já disseram
que irão recorrer da decisão. "Discordamos do que o painel decidiu
contra os Estados Unidos e iremos apelar", afirmou Richard
Mills, porta-voz de Robert Zoellick, representante comercial dos
EUA. "Enquanto isso, as medidas
de salvaguarda irão continuar."
Em março de 2002, os americanos estabeleceram tarifas adicionais entre 8% e 30% para a importação de dez categorias de produtos siderúrgicos. A sobretaxa foi
justificada como uma medida de
salvaguarda. A previsão é que seja
aplicada por três anos.
Salvaguardas são medidas temporárias de proteção adotadas
por um país quando há um crescimento súbito de importações que
prejudicam a indústria local.
O tribunal de arbitragem ("panel") da OMC, aberto por União
Européia, Japão, Coréia do Sul,
China, Suíça, Noruega, Nova Zelândia e Brasil, concluiu que os
EUA não tinham razão para impor as tarifas como um meio de
salvaguarda para sua indústria.
Segundo o relatório da OMC, o
governo americano não prova
que há relação entre o aumento
das importações e prejuízos aos
fabricantes de aço americanos.
O Brasil comemorou. Em nota,
o Ministério das Relações Exteriores disse que "o governo brasileiro recebe com satisfação a decisão
do painel e manifesta sua expectativa de que os EUA revoguem
prontamente as medidas de salvaguarda tidas como incompatíveis
com a OMC".
Segundo o vice-presidente do
IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), Marco Polo, o parecer da
OMC "é a comprovação cabal de
que o governo e a indústria dos
EUA fazem uso de qualquer instrumento de proteção".
A decisão de ontem confirma
uma outra determinação do órgão, de março deste ano. O relatório agora irá para um corpo de
apelação da OMC, que deve dar a
palavra final sobre o assunto até o
começo de dezembro.
Se a decisão for mantida, a UE
poderá impor sanções de até
US$ 2,2 bilhões, diz Arancha Gonzalez, porta-voz para questões comerciais da Comissão Européia.
Colaborou André Soliani,
da Sucursal de Brasília
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