São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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ESTRANHOS NO NINHO

Adaptação é problema para os brasileiros

Frio e comida são os maiores obstáculos

ENVIADA ESPECIAL A HARBIN

Os operários da Embraer que saem de São José dos Campos (SP) para trabalhar temporariamente na fábrica em Harbin, na China, já sabem que têm de levar na bagagem dois quilos de feijão, que serão preparados pelo cozinheiro do hotel onde todos ficam hospedados.
A regra, não escrita, foi criada no ano passado e é seguida à risca pelos trabalhadores, que vêem na comida uma das principais dificuldades de adaptação à China. Outro problema é o frio. Harbin fica no nordeste do país, perto da Rússia, e no inverno registra temperaturas próximas de -30ºC.
Com 4,5 milhões de habitantes, Harbin tem poucos estrangeiros, o que desperta a curiosidade em relação aos brasileiros. Mateus Manecolo Neto, 38, foi "vítima" de uma das principais cenas de assédio vivida pelos brasileiros em Harbin. Em seu primeiro dia na cidade, Manecolo saiu de camiseta regata e foi cercado por chineses e chinesas, que puxavam os pêlos de seu peito -característica física rara na China.
"Fui correndo comprar uma camiseta de gola alta e mangas e nunca mais sai de regata."
Apesar das diferenças, Guido do Prado, 49, mecânico estrutural com 27 anos de Embraer, prefere trabalhar com os chineses a com europeus e norte-americanos. "Eles falam a língua deles, nós falamos a nossa, mas nós nos entendemos."
A maioria dos operários não se adapta à comida chinesa, que é servida no refeitório da Harbin Embraer. "Não consigo comer nada. Levo coisas do café da manhã para o almoço", diz Tiago Luvino Fortunato, 29, técnico em qualidade que chegou no dia 20 para passar dois meses em Harbin. (CT)


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