São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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RODADA DOHA

Amorim diz que encontro do NG5 resulta em "aproximação de conceitos"

Reunião traz "convergência potencial"

FERNANDO EICHENBERG
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM PARIS

O balanço da reunião do chamado NG5, grupo informal integrado por Brasil, Índia, Austrália, Estados Unidos e União Européia, realizada no fim de semana, em Paris, não apresentou nenhum resultado concreto de avanço das negociações em torno da questão agrícola, uma das mais sensíveis da OMC (Organização Mundial do Comércio).
No entanto os ministros presentes nas discussões ocorridas nas salas da embaixada brasileira se esforçaram em demonstrar que o encontro serviu para revelar "potencialidades de convergências", segundo as palavras do representante brasileiro, o chanceler Celso Amorim.
"Houve uma aproximação, uma exploração de conceitos que tem potencial para permitir um avanço definitivo", disse, genericamente, Amorim, referindo-se aos três pilares das negociações -subsídios às exportações, apoio à produção interna e acesso a mercados com redução de barreiras comerciais. De concreto, o Brasil deixou claro que não aceitará ceder em relação ao que já foi conquistado nas instâncias comerciais internacionais, caso da recente disputa com os EUA em relação ao algodão.
Embora a reunião na capital francesa tenha promovido momentos de acaloradas discussões entre o comissário europeu de Comércio, Pascal Lamy, e o representante de Comércio da Casa Branca, Robert Zoellick, diante da imprensa o tom dos protagonistas se tornou mais ameno, mas sem esconder divergências.
Zoellick sublinhou que este não pode ser um ano perdido para destravar a negociação agrícola da Rodada Doha.
Amorim acredita que, depois das discussões do fim de semana, o negociador da questão agrícola da OMC, o neozelandês Tim Groser, terá condições de elaborar um texto amplo e consensual, a ser aprovado até o final do mês pelos 147 países-membros da organização. "Não creio que o acordo de julho seja mínimo. Pode-se ter algo mais genérico, mas que dê margem a um grande avanço", afirmou.


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