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Companhia cancela 49% de seus vôos nacionais; agência prorroga emergência
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Como já era esperado, a Varig
falhou em alcançar os índices
mínimos de operação previstos
na legislação no mês passado
devido ao cancelamento de
centenas de vôos. Mas isso não
implicará punição porque a
agência reguladora do setor decidiu "colaborar" e dar "tratamento diferenciado" à companhia aérea até o próximo leilão,
na segunda-feira.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o caso
da Varig é diferente porque a
empresa está "sub judice" durante o processo de recuperação conduzido pela Justiça do
Rio. Enquanto isso, os consumidores seriam atendidos pelas aéreas concorrentes que
vêm endossando bilhetes.
A Varig obteve 51% no índice
de regularidade doméstico,
fundamental para que a empresa mantenha a concessão pública de exploração do serviço. No
internacional foi ainda menor:
46%. Os vôos regionais não foram cumpridos. A legislação
exige mínimo de 60%.
Os números fazem parte dos
índices de regularidade, pontualidade e eficiência de junho,
quando a Varig passou a manter aviões em solo e cancelar
dezenas de vôos diariamente.
As justificativas para o cancelamento dos vôos retratam a situação vivida pela empresa: alguns aviões são impedidos de
voar por falta de segurança, outros podem ser arrestados e há
os que estão em manutenção.
Nos vôos que continuaram, a
qualidade do serviço caiu. Enquanto TAM e Gol obtiveram
96% e 98% de pontualidade, a
Varig ficou em 82% nas rotas
domésticas, semelhante aos
83% dos vôos internacionais.
Com base nos dados, é possível dizer que em junho, um passageiro da Varig tinha 42% de
chance de embarcar no vôo doméstico previsto e no horário
correto. A taxa se refere ao índice de eficiência operacional,
criado pelo DAC (Departamento de Aviação Civil), antecessor
da Anac. Em caso de vôo internacional, a chance era de 38%.
Se o passageiro optou pela
TAM ou pela Gol, as chances foram de 90% e 94% ou 91% e
88%, respectivamente.
Questionada pela Folha, a
assessoria de imprensa da
Anac informou que a questão
está sob análise da Justiça e
que não cabe à agência repassar rotas e trechos da Varig para outras aéreas ou suspender a
autorização de vôo. A Transbrasil, por exemplo, continua
como concessionária, mas não
possui mais autorização de vôo.
Segundo a assessoria, a Anac
"colabora com a Varig" com um
"tratamento diferenciado" e
"não é o caso" de aplicar punições à empresa.
Sobrevida
Ontem a Varig informou que
vai prorrogar a paralisação parcial de suas operações até segunda-feira. Com disso, a Anac
resolveu estender até essa data
o plano de emergência que
obriga as concorrentes a endossar bilhetes já emitidos.
A operação com malha reduzida prioriza as rotas mais rentáveis. A companhia continua a
operar para 26 destinos.
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