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Reservas internacionais já chegam a US$ 150 bi
Fluxo de dólares em junho é recorde; Bolsa sobe 0,85%
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Graças às compras de dólares
feitas pelo Banco Central, as reservas em moeda estrangeira
do Brasil cresceram US$ 50 bilhões em pouco mais de quatro
meses e devem chegar ao valor
recorde de US$ 150 bilhões entre hoje e amanhã. Segundo o
dado mais recente disponível,
anteontem o saldo estava em
US$ 149,324 bilhões.
Operadores de mercado disseram que o BC deve ter adquirido em leilão ontem cerca de
US$ 800 milhões, o que levaria
as reservas a US$ 150 bilhões.
As reservas estão no maior
nível da história desde outubro
do ano passado, quando ultrapassaram a casa dos US$ 75 bilhões pela primeira vez. De lá
para cá, dobraram de tamanho
e devem continuar crescendo,
devido ao forte ingresso de capital externo no Brasil.
Só no mês passado, a entrada
de divisas somou US$ 16,561 bilhões, maior valor da série estatística do BC, que tem início em
1982. O número pode ser dividido em duas partes: US$ 9,456
bilhões de operações de comércio exterior (diferença entre os
dólares trazidos por exportadores e as remessas feitas por importadores) e US$ 7,105 bilhões
de transações financeiras.
Essas transações financeiras
foram infladas por uma entrada de investimento estrangeiro
direto que, segundo estimativa
do BC, chegou a mais de US$ 6
bilhões no mês passado. A conta inclui também empréstimos
captados no exterior, assim como as remessas feitas para pagamentos da dívida externa,
entre outros compromissos.
No primeiro semestre, o fluxo líquido de moeda estrangeira para o Brasil somou US$
51,627 bilhões, superando os
US$ 23,130 bilhões apurados
ao longo de todo o ano de 2006.
No mesmo período, o BC comprou US$ 57 bilhões no mercado para reforçar as reservas internacionais, uma espécie de
poupança em moeda estrangeira mantida pelo governo.
Segundo Mário Battistel, diretor da corretora Novação, o
forte fluxo de capital externo
para o Brasil explica a valorização do real observada até agora.
"Com toda essa entrada [de dólares], não tinha como ser diferente", afirma.
Ontem o dólar chegou a ser
negociado a R$ 1,885. Mas não
se manteve em nível tão baixo.
Intervenção mais pesada do
Banco Central colaborou para a
moeda fechar a R$ 1,892 (recuo
de 0,05%).
Há um mês, diante da queda
do dólar, o BC promoveu mudanças nas regras cambiais, impondo limites mais rígidos para
bancos que operam com dólares. Depois da medida, as instituições financeiras compraram
aproximadamente US$ 8 bilhões no mercado.
Ainda assim, Battistel afirma
que o efeito dessa mudança não
deve durar muito tempo. "Os
bancos que tinham que se ajustar já se ajustaram e voltaram a
operar como antes", diz. Para
ele, os elevados juros praticados no país é que respondem
por boa parte desse ingresso de
dólares. "Enquanto o BC não
baixar os juros, nada muda."
Ações em alta
Após o recuo de terça, o mercado acionário retomou a rota
de alta ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo registrou valorização de 0,85% e encostou em
seu máximo patamar histórico,
ao encerrar com 56.356 pontos.
A recuperação da Bolsa paulista foi impulsionada por papéis tradicionais, como Vale do
Rio Doce PNA (alta de 2,59%).
O resultado em Wall Street
também foi positivo, com os investidores focados no início da
safra de balanços do segundo
trimestre. O índice Dow Jones
ganhou 0,56%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,48%.
Colaborou FABRICIO VIEIRA,
da Reportagem Local
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