São Paulo, sábado, 12 de agosto de 2006

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Retração da indústria não vai frear o PIB, diz Meirelles

Presidente do BC afirma que mantém projeção de crescimento de 4% para a economia

Para ele, apesar de indicadores favoráveis, país ainda tem desafios para alcançar crescimento médio dos demais emergentes


DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que a queda da produção industrial em junho (-1,7%) foi "pontual" e que não altera a meta da instituição para o PIB deste ano -alta de 4%. Meirelles disse, entretanto, que a economia brasileira ainda "tem desafios" para alcançar o nível de crescimento médio dos países emergentes.
"A nossa previsão continua sendo de 4%, conforme nossos últimos relatórios de inflação", disse Meirelles, que participou ontem no Rio do 8º Seminário de Metas de Inflação, promovido pela instituição.
Para ele, a retração da indústria -que havia crescido 1,6% em maio- "era esperada" em razão do efeito da Copa do Mundo, que paralisou linhas de produção, e da greve da Receita Federal, que prejudicou importações e exportações.
"Era esperada essa questão da queda da produção industrial. E, no mês de julho, já temos diversos indicadores que mostram uma recuperação consistente", afirmou. O presidente do BC citou a produção de veículos e o consumo de energia. Segundo o presidente do BC, os indicadores disponíveis apontam para "um cenário consistente com a previsão de 4% neste ano".
Meirelles disse que em 2006 o consumo interno compensará a menor demanda externa -efeito da perda de competitividade dos produtos brasileiros gerada pela valorização do real. "Temos hoje no país um crescente aumento da demanda doméstica, o que está, em boa medida, compensando a demanda externa, que não está crescendo na velocidade anterior, apesar de estar muito alta."
Segundo ele, a expansão do PIB, do volume de crédito na economia e a taxa de investimento se ampliaram nos últimos anos. O desafio, porém, é aproximar esses indicadores da média dos demais emergentes.
Embora sempre evitando fazer comentários sobre a trajetória futura do câmbio, Meirelles minimizou o efeito da valorização do real sobre a inflação, apontada por especialistas como a maior causa para a redução de preços. "Houve valorização [do real]. A moeda é um fator [indutor da queda dos preços], mas não é um fator que, na nossa opinião, prevaleça."
(PEDRO SOARES)

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