São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Basiléia 2 aumenta concentração bancária

A turbulência nos mercados globais e a regulação cada vez maior do sistema financeiro podem levar a um aumento da concentração bancária no Brasil. Nos últimos anos, a concentração bancária tem crescido significativamente no país. Em 1999, os dez maiores bancos detinham 70% do total de ativos. Em 2006, o índice foi a 82,2%.
A conclusão consta de artigo da economista do BNDES Lavinia Barros de Castro intitulado "Regulação Financeira - Discutindo o Acordo de Basiléia" a ser lançado amanhã pelo banco. Uma das conclusões do trabalho é que o Acordo de Basiléia 2, que deve ser adotado no Brasil em 2011, deverá exacerbar a concentração bancária.
A economista explica que o ponto central do Acordo de Basiléia 2 é de passar definitivamente de uma estratégia de regulação tutelar para um método em que os próprios bancos são incentivados a mensurar seus riscos e melhorar seus sistemas internos de controle.
Como os grandes bancos são mais sofisticados e têm mais condições de desenvolver seus próprios modelos de riscos, Basiléia 2 irá favorecê-los, já que as instituições de menor porte terão de se submeter a regras determinadas pelo BC.
Segundo Lavinia, o banco que consegue desenvolver o seu próprio modelo de risco obtém uma redução de custos de até 30%. Já as instituições que se submetem a outros modelos de riscos podem ter seus custos aumentados em 40%.
A economista diz que não há ainda uma solução clara para contornar essa tendência de o Acordo de Basiléia 2 exacerbar a concentração bancária, mas algumas iniciativas localizadas já estão sendo feitas. Nos Estados Unidos, por exemplo, está em estudo a criação de um Acordo de Basiléia 1A, com o objetivo de criar um marco regulatório intermediário que não prejudique tanto os bancos de médio porte.
A concentração bancária é uma tendência mundial. A própria estabilidade da economia, exigindo maior ganho de escala dos bancos, contribui para isso. As turbulências no mercado financeiro também tornam o sistema mais seletivo e ampliam a concentração.

Gustavo Franco lança "A Economia em Pessoa" em SP

O ex-BC e atual sócio da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco, lança o livro "A Economia em Pessoa", na próxima terça-feira, na Livraria da Vila, em São Paulo. Segundo volume da Série Rio Bravo, o livro fala sobre a atualidade dos artigos de cunho econômico escritos por Fernando Pessoa na década de 20.

HOMEM NA COZINHA

Está em São Paulo, nesta semana, um dos mais jovens chefs três estrelas do "Guia Michelin", Pascal Barbot, sócio do L'Astrance, restaurante na região do Trocadéro, em Paris. A convite da consultora Margot Botti, Barbot veio conhecer o país, comandar jantares no Rio (nos restaurantes Olympe, de Claude Troisgros, na última semana) e em São Paulo (no D.O.M., de Alex Atala, na segunda e na terça), ministrar uma aula no Centro Universitário Senac, na última sexta, e, entre suas prioridades, conhecer o mercado público de Belém. Com 34 anos, Barbot foi foco durante a abertura da edição 2007 do Madrid Fusion, na Espanha, que teve como tema principal A Cozinha e a Natureza.

NA MAQUETE

A arquiteta e designer de interiores Débora Aguiar, que há cinco anos aumentou sua atuação no mercado imobiliário com pavimentos de lazer e apartamentos decorados, agora expande seu trabalho para fora do Brasil. Aguiar acaba de entregar um projeto em Palm Beach, nos EUA. Seu escritório está em negociação para fazer projetos em Luanda (Angola), Dubai (Emirados Árabes), Las Vegas (EUA) e Cidade do Cabo (África do Sul). "Para este ano, o escritório deve crescer cerca de 30%, principalmente em projetos para o mercado imobiliário", diz Aguiar. Entre os principais clientes estão Gafisa, Even e Cyrela.

ENERGIA
Novas tendências para a bioenergia, o exemplo brasileiro das hidrelétricas, as energias eólica e solar são alguns dos assuntos da Eco Power Conference, fórum de energia renovável, que acontece de 28 a 30 de novembro, em Florianópolis.

REFRESCO
A Fischer América ganhou concorrência da Ajinomoto para as contas dos refrescos em pó Mid e Fit, em disputa com mais três agências. A verba do cliente está entre R$ 12 milhões e R$ 15 milhões. O segmento de refresco em pó, em 2006, teve vendas de R$ 2 bilhões.

DE AÇO
A Unigal, joint venture entre Usiminas e Nippon Steel, fechou o primeiro semestre com receita de R$ 108,7 milhões, valor 44% superior ao registrado no mesmo período de 2006. A Unigal bateu recorde de produção em julho, com 41,2 mil toneladas.

MOLÉCULA
A Unifesp e a Novartis planejam desenvolver e patentear a primeira molécula brasileira. O presidente do laboratório, Alexander Triebnigg, e o reitor Ulysses Fagundes Neto assinaram convênio que prevê intercâmbio científico e tecnológico entre as instituições.

RESSEGUROS
A Secretaria Municipal de Relações Internacionais de São Paulo realizará o seminário "São Paulo e o Novo Resseguro do Brasil", na próxima quinta, no auditório da prefeitura. No mercado de resseguros brasileiro, 51,52% dos prêmios estão em São Paulo.

INTIMADOS
Em julho, a apresentação de títulos no Serviço Central de Protesto aumentou para 208.903 títulos, contra 198.313 em junho, segundo pesquisa do Instituto de Protesto de Títulos de SP. Foram devolvidos como irregulares 25.715 títulos, que não puderam ser intimados.


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