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Com aumento no desemprego,
EUA vivem salto de produtividade
Dado significa que menos pessoas empregadas estão trabalhando mais
Andrew Harrer - 6.abr.09/Bloomberg News
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Operário em fábrica de NY; desemprego está em 9,4% no país
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Na esteira dos 6,7 milhões de
demissões desde o início da recessão, a produtividade média
dos trabalhadores nos EUA deu
o maior salto em seis anos durante o segundo trimestre de
2009. O aumento anualizado
foi de 6,4%. Isso significa que
menos pessoas empregadas estão trabalhando mais.
Um informe separado do governo mostrou que o comércio
cortou seus estoques em julho
pelo décimo mês consecutivo.
A estratégia nos últimos meses
tem sido manter esses estoques
no nível mais baixo possível a
fim de evitar a tomada de crédito. E manter em caixa o máximo de dinheiro vivo.
Os dois indicadores dão relevo à mesma estratégia que vem
sendo adotada pelo comércio e
pela indústria nos EUA.
Apesar de o país viver a pior
recessão desde os anos 1930,
com o desemprego na faixa de
9,4%, as empresas vêm apresentando lucros surpreendentes nos resultados do segundo
trimestre.
Isso não significa, necessariamente, que o país esteja
saindo rápido da crise ou que o
setor produtivo tenderá a empregar mais pessoas adiante.
Os cortes de pessoal e estoques visam neste momento
ampliar as margens de lucratividade, mesmo que o tamanho
dos negócios e da economia como um todo encolham.
Depois de cortes agressivos
de funcionários, horas extras e
de renegociações salariais para
baixo entre abril e junho passados, 73% das empresas que já
divulgaram os lucros referentes ao período bateram as expectativas dos analistas.
Internamente, grandes redes
de comércio e indústrias fecham lojas e interrompem linhas de produção. Externamente, passaram a investir
mais e a contar com lucros gerados em países onde a crise é
mais branda, como na Ásia e,
em menor medida, na América
Latina.
Os últimos balanços de companhias como Caterpillar, Microsoft, Intel e IBM revelam
que hoje elas dependem muito
mais dos lucros realizados em
outros países para fechar com
resultados positivos.
Como do ponto de vista dos
acionistas o que importa é o resultado final da companhia,
que define o valor dos dividendos a serem pagos por ação, as
empresas tendem a aprofundar
essa estratégia neste momento
de crise.
Isso explica, por exemplo, a
forte e recente valorização da
Bolsa de Valores de Nova York,
que já gira acima dos 9.000
pontos (índice Dow Jones),
voltando quase ao patamar pré-crise.
Isso ocorreu mesmo após a
queda de 1% no PIB (Produto
Interno Bruto) no segundo trimestre e diante de um esperado crescimento positivo, mas
muito baixo, a partir de julho.
O lado bom do aumento da
produtividade é que ele ajuda a
conter pressões inflacionárias,
pois menos trabalhadores produzem mais, diminuindo pressões sobre os custos.
"Embora o aumento da produtividade seja mais um indicativo de que a recessão vai
chegando ao fim, a má notícia é
que o dado revela que as empresas continuam relutantes
em contratar novos funcionários", afirma Harm Bandholz,
economista da UniCredit Markets and Investment Banking,
de Nova York.
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