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SIDERURGIA
Operação foi fechada ontem entre as empresas e principais acionistas
Descruzamento Vale-CSN terá US$ 390 mi do BNDES
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) vai financiar, direta e indiretamente, US$ 390 milhões (R$
702 milhões) na operação de descruzamento de participações entre a Vale do Rio Doce, a CSN
(Companhia Siderúrgica Nacional) e seus principais acionistas. A
operação foi fechada ontem. O
beneficiário do financiamento será o grupo Vicunha, que passará a
deter 46% do capital da CSN.
O empréstimo do banco estatal
será US$ 90 milhões maior que os
US$ 300 milhões que sua direção
havia estipulado como limite máximo para financiar a operação.
Do total, US$ 200 milhões (R$
360 milhões) serão em empréstimo direto, via compra pela
BNDESPar (BNDES Participações) de debêntures (títulos de
crédito) conversíveis em ações ordinárias da CSN. O dinheiro será
emprestado ao custo de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo),
atualmente em 10,5% ao ano,
mais 5% ao ano de taxa de risco,
com prazo de dez anos, sendo cinco de carência.
Os outros US$ 190 milhões (R$
342 milhões) serão repassados ao
Vicunha pelos bancos Unibanco e
BBA Creditanstalt em partes
iguais. Eles usarão recursos captados das linhas de crédito do
BNDES a que têm acesso, na condição de TJLP mais 2,5%, com o
mesmo prazo de dez anos.
Os bancos assumirão totalmente o risco dessa parte do financiamento, cobrando por isso uma taxa de 1,5% ao ano. Isso fará com
que o dinheiro do BNDES repassado saia para o Vicunha um ponto percentual ao ano mais barato
do que o financiamento direto do
banco estatal. A perda que o
BNDES terá em relação às condições do seu empréstimo direto será de US$ 4,75 milhões.
No total, o Vicunha receberá financiamento de US$ 600 milhões
para comprar as participações da
Bradespar (grupo Bradesco) e da
Previ (fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil) na
CSN. O restante do financiamento virá dos próprios vendedores
(US$ 150 milhões) e do Unibanco
com recursos próprios (US$ 60
milhões).
Os cerca de US$ 500 milhões
que faltam para fechar a operação
o Vicunha pagará com dividendos que vai receber por sua participação atual na própria CSN.
O presidente do BNDES, Francisco Gros, disse que o banco
manteve seu propósito de não
emprestar mais da metade do financiamento necessário, acabando por emprestar somente
33,33%.Ele disse que não havia
como evitar que o Vicunha obtivesse também dinheiro do banco
estatal via agentes repassadores.
O descruzamento de participações se complementa com a compra pela Litel (71% Previ, mais outros fundos) e pela Eletron (85%
Bradespar e 15% Opportunity)
dos cerca de 32% que a CSN tem
no capital da Vale do Rio Doce.
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